Banco do Brasil deve indenizar cidadão por conta aberta sem autorização

Instituição bancária é responsável por conta aberta por falsário em nome de terceiros, em face do risco atividade. O entendimento é da Quinta Câmara C ível do TJ/MT que negou recurso de apelação c ível impetrado pelo Banco do Brasil e manteve decisão de Primeira Instância. O banco pleiteava a anulação da sentença que o condenou a indenizar um cidadão, por ter permitido que um falsário abrisse uma conta no nome dele.
Na ação movida em Primeira Instância o banco foi condenado a indenizar o cidadão em R$ 10 mil a t ítulos de danos morais. Segundo consta nos autos, a instituição bancária abriu uma conta em nome do cidadão. Entretanto, a solicitação da abertura da conta foi efetuada por um falsário que tinha todos os documentos originais do cidadão. Documentos estes, que haviam sido extraviados. O banco encaminhou o nome da v ítima para o cadastro nos órgãos de proteção ao crédito.
No recurso (nº. 85377/2007) o Banco do Brasil ressaltou a inexistência de dano moral a ser restitu ído, com a alegação que o cidadão possu ía outras negativações em seu nome. A defesa destacou ainda que o fato não configurou a omissão, haja visto que o banco também foi lesado pelo estelionatário que usou indevidamente os documentos extraviados do cidadão. Por fim, o Banco do Brasil requeriu a reforma da sentença e a conseqüente improcedência da demanda.
Para o relator do recurso, desembargador Sebastião de Moraes Filho, ficou evidente que o Banco do Brasil agiu com negligência ao efetivar a contratação com pessoa diferente da que constava nos documentos apresentados, “por não se portar com a cautela necessária para a concessão de crédito”.
Ele explicou que por se tratar de uma instituição bancária, na qual eventuais fraudes são consideradas como risco natural de negócios e conforme o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor o fornecedor de serviços responde, independente da existência de culpa. “Aplica-se a responsabilidade civil com abstração de culpa, de modo que da mera ocorrência do dano decorre a responsabilidade indenizatória sem se perquirir acerca da conduta culposa de seu causador.”
O dano moral foi verificado quando o cidadão, embora nunca tenha estabelecido qualquer v ínculo jur ídico com o banco, teve seu nome inclu ído indevidamente pela instituição no cadastro de dados de órgão de restrição ao crédito.
O voto do relator foi acompanhado pelo desembargador Leônidas Duarte Monteiro (Vogal) e pelo magistrado Carlos Alberto Alves da Rocha (Revisor). Na decisão unânime, o apelo foi improvido e foi mantida a sentença de Primeira Instância.
O Banco do Brasil deverá pagar ao cidadão a t ítulos de danos morais R$10 mil.
Fonte – TJ/MT

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