Sindicalistas questionam programa de diversidade do Itaú

O Banco Itaú apresentou, na sede da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul, na última terça-feira, dia 13 de maio, o resultado do seu Programa de Diversidade, sendo marcado por diversos questionamentos sobre o seu funcionamento. A apresentação a sindicalistas foi acompanhada pelos diretores do Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região, Marcelo Abrahão e ângela Ulices Savian, que também é diretora da Federação, integrando o Grupo Gênero, Raça e Orientação Sexual (Gros).
A apresentação dos programas de diversidade do Itaú foi feita por Adriana Sanabria, responsável pelo desenvolvimento do projeto e por Marco Aurélio Oliveira, gerente de Relações Sindicais. Eles afirmaram que o Itaú não tem um programa de diversidade somente para cumprir cotas, mas que busca uma verdadeira inserção social através dos programas Jovem Aprendiz, Pessoas com Deficiências e Capacitação de Afro-descendentes. O superintendente de Relações Sindicais, José Roberto Gomes, também participou do primeiro bloco de discussões. Segundo ele, depois de atuar em outras áreas do banco, retorna à diretoria de RH com muita disposição de negociar com os sindicatos.

No entanto, apesar de o Banco alegar que o seu programa de “;Diversidade Corporativa “; tem o objetivo de garantir justa competitividade diante das diferenças, heterogeneidade da organização e implantação de pol íticas e projetos de valorização e promoção da diversidade, o que se vê, na prática, não mostra a realidade, uma vez que grande parte dos funcionários que faz parte deste projeto está alocada em áreas administrativas. Onde, segundo o banco, no momento é o espaço mais viável.
Sobre o Programa Jovem Aprendiz, o Itaú alega que superou a meta estabelecida por lei, assinando, por intermédio da Febraban, um acordo que permite a implantação desse programa apenas nos grandes centros, contando atualmente com 1.400 jovens em todo Pa ís. “;Esse acordo, na verdade, serve para excluir as reais necessidades dos jovens aprendizes no Interior dos seus Estados, porque o programa só é aplicado nas Capitais “;, argumenta Marcelo Abrahão.
PESSOAS COM DEFICIêNCIA -; Foram contratadas 807 pessoas com deficiência em 2007, sendo atualmente 2 mil. De acordo com o banco, nos últimos cinco anos, o percentual de bancários com deficiência passou de 1,7% para 4,3%, ficando abaixo dos 5% exigidos por lei. “;Será que não há mais pessoas qualificadas para serem contratados pelo Itaú, que tem a obrigação de cumprir, pelo lucro que vem obtendo, um papel social mais eficiente? “;, ressalta Marcelo.
AFRODESCENTES -; Apesar de o Programa de Capacitação de Afrodescendentes ter sido iniciado em 2005, com a finalidade de capacitar profissionais e o desenvolvimento da cidadania de jovens negros, o banco só efetivou 30 participantes de um total de 77 estagiários, e todos somente em Capitais. é bom lembrar que todos já conclu íram o curso superior na Unipalmares, através de uma parceria que conta ainda com a Afrobrás, Educafro e Unicamp. Além disso, os poucos contratados estão alocados em áreas internas do banco. O Itaú alega que foram os próprios formandos que fizeram esta opção. Será? Além disso, será que o Itaú não poderia dar continuidade a este programa também no Interior dos Estados, ampliando assim a oportunidade para um maior número de negros que hoje, segundo o banco, é de apenas 13% em suas agências bancárias?

Vanderlei Zampaulo -; MTb-20.124O

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