Número de assassinatos de mulheres aumenta no primeiro semestre deste ano

A pandemia do novo coronav írus é uma ameaça à saúde pública, mas também à segurança das mulheres. Com o isolamento social necessário para conter o contágio, aumentaram os casos de violência doméstica.

No primeiro semestre de 2020, as mortes em decorrência da violência contra mulher cresceram 2% comparado ao mesmo per íodo de 2019. Os dados são do Anuário de Segurança Pública, feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O isolamento social só agravou uma tendência de agressões às mulheres dentro de casa. Levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para o Atlas da Violência 2019 mostra que a taxa de homic ídios de mulheres fora do domic ílio aumentou 28% em 10 anos. Mas no mesmo per íodo, as ocorrências registradas em casa subiram 38%.

Se aumentou o feminic ídio durante a pandemia, por outro lado, diminuiu o registro de agressões a mulheres, de acordo com a 14ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Pelo estudo, o número de registros de violência doméstica registrado nas delegacias durante o primeiro semestre de 2020 foi 9,9% menor do que registrado no igual per íodo do ano anterior.

“;O maior tempo de convivência da mulher com seu agressor faz com que a violência aumente. Porém, sabemos que durante a pandemia fica mais dif ícil para a mulher buscar uma delegacia de pol ícia para denunciar o agressor. Isso já não era simples antes e agora ficou ainda mais dif ícil “;, avalia a secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Elaine Cutis.

A secretária lembra que já começaram as atividades para o dia 25 de novembro, o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher. “;Uma das preocupações da nossa atividade neste mês é divulgar a importância de se denunciar as agressões. Sabemos que a denúncia fica mais dif ícil durante a pandemia, mas além do fone 180, a mulher pode buscar ajuda com a fam ília e amigos, pela internet e mesmo indo a uma farmácia, por exemplo, e mostrando um “;xis “; feito na palma da mão. Os funcionários destes e outros estabelecimento são treinados a alertar a pol ícia e ajudar as v ítimas da forma mais rápida poss ível “;, explica Elaine Cutis.

As bancárias também podem buscar ajuda nos locais de trabalho. Este ano, a Contraf e o movimento sindical da categoria inclu íram na Convenção coletiva de Trabalho (CCT) assinada este ano uma cláusula que cria nas instituições bancárias canais de atendimento às v ítimas de violência doméstica. Até mesmo a transferência de local de trabalho será poss ível, caso a v ítima entenda que precisa se afastar do agressor. “;A criação dos canais de atendimento é uma conquista da nossa categoria “;, afirma a secretária da Mulher.

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