CUT toma as ruas de São Paulo e do país contra fator previdenciário

A CUT e demais centrais sindicais ocuparam as ruas do Centro de São Paulo, na manhã de terça-feira, 12, para exigir o fim do fator previdenciário. Trabalhadores e trabalhadoras em passeata sa íram da Praça da Sé rumo ao Viaduto Santa Ifigênia, onde fizeram um ato em frente à Superintendência da Previdência em São Paulo.
Os protestos ocorreram desde as primeiras horas da madrugada, como em Minas Gerais – onde os manifestantes bloquearam rodovia- , Paraná, Pará e Sergipe. Outros estados como Pernambuco e Ceará também marcaram atos para a parte da tarde
HERANçA RUIM -; A classe trabalhadora luta contra o fato previdenciário desde as gestões Fernando Henrique Cardoso, que criou e instituiu o mecanismo. “No governo Lula, houve iniciativas. Um processo de negociação estava tentou chegar a uma alternativa, que era o fator 85/95. Mas a proposta não avançou”, afirmou o secretário-geral da CUT nacional, Sérgio Nobre.
“;Estamos sempre abertos à negociação, mas, agora, defendemos o fim do fator previdenciário. Não mais o 85/95 ou outra forma, mas o fim, pelo malef ício que traz à população “;, completou o secretário-geral da CUT.
Para Nobre, é importante lembrar que, ao mesmo tempo em que o governo, com o fator, sinaliza que é preciso trabalhar por mais tempo, o mercado de trabalho discrimina quem está acima de 40 anos. A í, afirma, reside um dos motivos de o fator ser uma injustiça: se exige que o trabalhador trabalhe com idade avançada, mas o mercado não absorve a demanda. “;O fator pega uma fatia importante dos trabalhadores que querem e precisam se aposentar. Tem projetos no Congresso Nacional sobre esse tema, tem partidos debatendo, as centrais. O que precisamos agora é de uma mesa nacional para resolver a situação “;, explicou.
OUTRAS FORMAS -; Quando questionado sobre o argumento de falta de verba para arcar com o aumento dos gastos públicos causado pelo corte do fator previdenciário, o secretário-geral da CUT nacional, Sérgio Nobre, lembra que “;o governo, quando interessa, encontra alternativa de financiamento “;.
“;Buscaram recursos para desonerações na indústria, às quais não somos contras. Em relação ao fator previdenciário, é preciso menos do que para aquilo “;. E acrescentou: “;se a Previdência não suportasse, nós não estar íamos reivindicando. Não somos malucos de abandonar as pessoas na parte da vida em que elas mais precisam. Se estamos defendendo o fim do fator, é porque sabemos que a Previdência pode criar outras formas de financiamento “;.
IMPACTO SOCIAL -; Lembrando que o fator pode diminuir em até 30% o valor de aposentadoria dos homens e em 45% a das mulheres, Sônia Auxiliadora, secretária de Mulheres da CUT-SP, afirmou, durante o ato, que o fator previdenciário é prejudicial a toda a classe trabalhadora, mas tem especial impacto nas trabalhadoras.
“;Em per íodos de crise econômica, por exemplo, mesmo tendo renda média inferior à média dos homens, elas são as que mais sofrem com rotatividade de emprego “;, declarou Sônia. E, por não ter pol íticas públicas de valorização das mulheres e mesmo pela opção que muitas fazem, de ficar com a fam ília, é frequente o número de mulheres que se aposentam por idade. “;Todos os trabalhadores são prejudicados por esta forma de aposentadoria, mas as mulheres são ainda mais “;, enfatizou.
IMPOSTO DE RENDA -; Outra pauta forte trabalhada em São Paulo é a reconstrução da tabela de imposto de renda. Para Sérgio Nobre, a tabela atual tem uma variação de faixa pequena, com taxas altas para quem tem salário baixo e taxas baixas para quem tem altas rendas. é preciso a construção de uma tabela progressiva. “;Nós não queremos apenas a correção da tabela atual. Queremos uma nova tabela, que seja progressiva, que cobre mais de quem ganha mais e menos de quem ganha menos “;, afirmou.
MANIFESTAçãO CONTRA ALTA DOS JUROS -; No próximo 26 de novembro, as centrais sindicais se manifestarão em conjunto novamente, desta vez em Bras ília, pela redução dos juros. A data e o local foram escolhidos porque é quando ocorre a reunião do Comitê de Pol ítica Monetária (Copom), que decide sobre o tema.
Fonte: Henri Chevalier – CUT Nacional

Compartilhe:
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email
Comentários do Facebook

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Skip to content