Caixa injeta até R$ 10 bi no Panamericano e processa auditores

A Caixa Econômica Federal vai disponibilizar de R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões para dar liquidez ao Banco Panamericano e iniciou processo contra empresas de auditoria que não encontraram o rombo de R$ 3,8 bilhões no balanço do banco de médio porte.
De acordo com o vice-presidente de Finanças da Caixa, Marcio Percival, as empresas de auditoria externa que são alvo de processo são a Deloitte, que checava os balanços do Panamericano, e a KPMG, que assessorou a Caixa na compra de participação no ex-banco de Silvio Santos, em 2009. Na época em que os problemas foram divulgados, a Deloitte não comentou o assunto e a KPMG disse que não auditou o banco.
Segundo o vice-presidente de controle e risco da Caixa, Marcos Vasconcelos, os resultados do Panamericano (que ainda não divulgou o balanço de 2010) entrarão nos números da Caixa no demonstrativo deste primeiro trimestre.
“Vai impactar nos resultados, mas ainda é prematuro dizer de quanto é”, disse Vasconcelos.
Resultados
A Caixa reportou nesta manhã que registrou em 2010 um lucro l íquido de R$ 3,8 bilhões, aumento de 25,5% em relação ao ano anterior. O desempenho foi puxado por um salto de 41,3% da carteira de crédito, para R$ 175,8 bilhões.
O setor imobiliário foi, mais uma vez, o destaque com aumento de 53,6% no ano, para R$ 108,3 bilhões. No final de dezembro, o market share do banco no crédito imobiliário no pa ís era de 76,05 por cento, ante 74,9% do fim de 2009.
O carro-chefe da expansão foi o programa habitacional estatal Minha Casa Minha Vida. Dos 1,005 milhão de imóveis financiados pelo programa até dezembro, 936,5 mil unidades aconteceram por intermédio da Caixa.
“Os resultados mostram o apoio do banco às pol íticas públicas implementadas pelo governo”, disse a presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho.
Um dos principais vetores usados pelo governo para ampliar a oferta de crédito e amortecer os efeitos da crise de 2008, a Caixa vem ampliando sucessivamente sua participação nos financiamentos do sistema. Só no ano passado, a fatia do banco no mercado subiu de 8,79% para 10,32%.
Em 2011, a projeção do banco é de que o ritmo de expansão diminua, como resultado das medidas macroprudenciais adotadas pelo governo em dezembro, com vistas a diminuir e encarecer a oferta de crédito.
“Nossa expectativa para 2011 é de crescer cerca de 30 por cento”, disse Maria Fernanda. A expectativa do BC para o conjunto do sistema neste ano é de 15 por cento.
De acordo com o vice-presidente de governo da Caixa, Jorge Hereda, a Caixa está fazendo o seu papel.
“Foi o governo que nos mandou fazer isso. Se ele (governo) não consegue equilibrar isso (o aumento dos financiamentos) é porque ele deu muito incentivo ao crédito imobiliário”, afirmou.
De todo modo, a expectativa do banco é de que sua carteira imobiliária avance 30 por cento este ano.
Por ora, o desempenho tem alavancado os principais indicadores do banco. Em 2010, o retorno sobre o patrimônio subiu de 23,21% para 26,34%.
A inadimplência, medida pelo saldo de operações vencidas com prazo superior a 90 dias, caiu de 2,2% para 2%. As provisões para perdas com calotes cresceram 25,9% no ano, para R$ 11,1 bilhões.
(Com informações de Reuters e Valor)

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