Bradesco quer evitar representante de banco concorrente na Vale

O Bradesco informou a integrantes da equipe da presidente Dilma Rousseff que não quer um executivo de instituições concorrentes na presidência da Vale.
O governo deseja mudanças no comando e na pol ítica de gestão da mineradora, hoje dirigida por Roger Agnelli.
Uma eventual troca passa por um acordo com o banco, que integra o grupo de controle acionário da empresa.
Em conversas reservadas, Dilma tem pedido que o assunto seja tratado discretamente para não passar a imagem de intervenção estatal na mineradora, empresa que foi privatizada em 1997.
Segundo reportagem de ontem do jornal “O Estado de S. Paulo”, o ministro Guido Mantega (Fazenda) teria pedido a sa ída de Agnelli.
No pregão de ontem da Bovespa, as ações preferenciais da Vale ca íram 0,42%, e as ordinárias, 0,56%.
Oficialmente, por ordem da presidente, quem cuida dos interesses do Executivo em uma poss ível substituição na Vale é o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
A sucessão na segunda maior mineradora do mundo tem gerado dor de cabeça ao governo.
Entre os sócios da multinacional estão Bradespar (Bradesco), a trading japonesa Mitsui, BNDESPar (braço de participações do BNDES) e fundos de pensão patrocinados por estatais, como Previ.
Duas opções foram analisadas pelo Executivo nas últimas semanas, ambas enfraquecidas pelo critério estabelecido pelo Bradesco: Rossano Maranhão, presidente do Safra e ex-presidente do Banco do Brasil, e Fábio Barbosa, presidente do conselho de administração do Santander.
A relação do Executivo com Roger Agnelli começou a se deteriorar em 2008, quando a companhia demitiu mais de mil funcionários. Então presidente, Lula criticou a Vale. O mais recente conflito é a pendência sobre o pagamento de royalties.
Outro nome já citado é o de Rodolfo Landim, ex-Petrobras e ex-EBX, mas em atrito com Eike Batista, o que é um ponto negativo para ele.
Repercussão
Tanto na Previ como no BNDES causou certa surpresa o pedido do ministro Mantega para substituir Agnelli.
Também não se esperava ação tão direta do governo para mexer no comando da Vale, cujo controle é privado.
Oficialmente, a empresa disse ontem que não fará comentário sobre a eventual troca de seu presidente e que o assunto é da alçada dos acionistas. Agnelli despachou ontem na empresa e não tem agenda pública nos próximos dias.
Nas duas últimas vezes que o noticiário sobre a sa ída de Agnelli ganhou força na imprensa, porém, a mineradora divulgou notas negando a informação.(VALDO CRUZ, NATUZA NERY e PEDRO SOARES)
Folha de São Paulo

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