Bancos fecham 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses de 2016

Mesmo diante dos lucros exorbitantes, o setor bancário segue a onda de cortes desenfreada. Nos primeiros sete meses de 2016, foram fechados 7.897 postos de trabalho nos bancos brasileiros, sendo a maioria em São Paulo e no Rio de Janeiro. Isso representa um aumento de 34,7% no número de postos fechados no mesmo per íodo de 2015, quando foram extintos 5.864 postos.

De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), somente quatro estados registraram saldo positivo no emprego bancário, com destaque para o Pará com 83 postos abertos. São Paulo foi o estado onde ocorreu o maior número de cortes (- 4.102 postos, quase 52% do total de postos fechados), seguido pelo Rio de Janeiro, que fechou 1.233 postos (15,6% do total) e o Paraná, com 530 postos de trabalho bancário extintos (6,7% do total).

Segundo o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, essa edição da Pesquisa de Emprego Bancário apontou mais um dado preocupante. “;Além da já previs ível discriminação salarial praticada contra as mulheres, os bancos avançam agora para uma discriminação geracional: 25,6% das demissões foram de pessoas com mais de 50 anos de idade, justamente quando o governo interino pretende aumentar a idade para as aposentadorias. E as contratações, 38,6% na faixa entre 18 a 24 anos, apontam para um forçado perfil mais jovem do emprego bancário. A sociedade sabe que se o tempo para aposentar for dilatado, o mercado vai ter que gerar oportunidades de emprego para velhos, sob pena de uma crise de desemprego nesta faixa. é mais uma irresponsabilidade social dos bancos. “;

A análise por Setor de Atividade Econômica revela que os Bancos Múltiplos com Carteira Comercial, categoria que engloba grandes instituições como Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander fecharam 5.947 postos de trabalho. A Caixa Econômica Federal foi responsável pelo corte de 1.914 postos de trabalho.

Motivos dos Desligamentos

De um total de 20.531 desligamentos ocorridos nos bancos, 61% foram por demissão sem justa causa, perfazendo 12.452 demissões. Os desligamentos a pedido do trabalhador representaram 29% do total, perfazendo 6.043.

Desigualdade entre homens e mulheres

As 6.327 mulheres admitidas nos bancos no per íodo de janeiro a julho de 2016 receberam, em média, R$ 3.048,07. Esse valor correspondeu a 71,7% da remuneração média auferida pelos 6.307 homens contratados no mesmo per íodo, que foi de R$ 4.248,75.

No momento do desligamento também se observou diferença na remuneração entre homens e mulheres. As mulheres que tiveram o v ínculo de emprego rompido nos bancos no per íodo recebiam R$ 5.492,75, o que representou 72,0% da remuneração média dos homens desligados dos bancos, conforme a Tabela 2.

Faixa Etária

Os bancários admitidos concentraram-se na faixa etária até 24 anos, o que fez com que o saldo de emprego nessa faixa fosse positivo em 3.106 postos. Como demonstra a Tabela 3, os desligamentos se concentraram nas faixas etárias superiores a 30 anos de idade e, especialmente, na de 50 a 64 anos, que registrou um corte de 5.008 postos de trabalho (63,4% do total de postos fechados).

Tempo no Emprego

Entre os 20.531 bancários desligados, a maior parte tinha 10 ou mais anos no emprego (7.732 cortes que correspondem a 37,7% do total). Outros 4.263 tinham entre 5 e 10 anos no emprego (20,8%). Ou seja, o corte de postos nos bancos ocorreu principalmente entre os trabalhadores com maior tempo de casa. Esse dado complementa o anterior, que mostra que a maior parte dos desligamentos nos bancos ocorreu entre os trabalhadores mais velhos.

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