Bancários de Piracicaba aprovam por unanimidade propostas da Fenaban, BB e Caixa
Em assembleia realizada na noite desta quarta-feira, 29 de agosto, os bancários de Piracicaba e Região aprovaram as propostas apresentadas no sábado, dia 25, pela Fenaban, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Funcionários de bancos públicos e privados participaram da assembleia, que recebeu mais de 200 bancários de toda a base.
A categoria aceitou a proposta indicada pelo Comando Nacional dos Bancários, apresentada pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) na 10ª rodada de negociação que encerrou na madrugada do último sábado, 25, em São Paulo. As propostas são resultado de mais de 75 dias de negociação. A proposta da Fenaban inclui reajuste salarial de 5% (um aumento real de 1,18%), e melhorias na PLR, a parcela fixa da regra básica passou para R$ 1413,45 e do teto da parcela adicional para R$ 2.355,76.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Piracicaba, José Antonio Fernandes, lembrou que a Campanha Salarial deste ano foi adiantada a fim de construir um acordo que não onerasse perdas a categoria. “;Temos consciência da situação atual do pa ís, das dificuldades das conjunturas pol íticas, e das mudanças no processo pós reforma trabalhista, por isso em 2018 a categoria buscou resolver nas mesas todas as questões. Lutamos para manter todos os direitos que são conquistas históricas do movimento sindical, e conseguimos, nossa categoria renovou as mais de 80 cláusulas da convenção coletiva “;, comenta.
Durante a assembleia os bancários presentes puderam tiver às dúvidas sobre todas as questões e pontos dos acordos. Perguntas sobre as mudanças na 7ª e 8ª hora, entre outras foram sanadas pelos dirigentes, que contaram também com a participação do advogado, DR. Fernando José Hirsch. “;é importante juridicamente que todos entendam que a proposta era um todo, por isso não foi/era poss ível rejeitar uma ou outra cláusula, ao submetê-la a deliberação, tratou de todos os itens como um todo “;, comenta o advogado.
Paiva lembra ainda que a reforma trabalhista acabou com a ultratividade, princ ípio que previa a validade de um acordo até a assinatura de um novo. “;Dentre inúmeros preju ízos, a nova lei trabalhista, feita sob encomenda do setor patronal, decretou o fim da validade dos acordos e convenções coletivas até que um novo seja firmado (ultratividade). Com isso, nossa CCT perderia a validade em 31 de agosto. Por isso foi é fundamental fechar um acordo no tempo hábil, antes da data base da categoria (1º de setembro). “;
Na base do SINDBAN durante toda a Campanha houve uma ampla adesão da categoria que fortaleceu o movimento, desde junho quando iniciaram as mobilizações de lançamentos em toda a região.
PRINCIPAIS CONQUISTAS -;
• Volta a PLR integral para bancárias em licença-maternidade e afastados por doença ou acidente;
• Garante o parcelamento do adiantamento de férias em três vezes, a pedido do empregado;
• Mantém todos os direito da CCT ao hipersuficiente (quem ganha mais de R$ 11.291,60);
• Mantém o direito ao adiantamento emergencial para quem tem recurso ao INSS por 120 dias (cláusula 65);
• Realização do terceiro Censo da Diversidade, levantamento fundamental sobre o perfil da categoria para a promoção da igualdade de oportunidades;
• Está mantida a proibição da divulgação de ranking individual, prevista na cláusula 37ª da CCT, conquistada pela categoria como forma de reduzir a pressão por metas;
• Bancário demitido não precisará mais requerer o pagamento da PLR proporcional se tiver conta corrente ativa no banco; os demais terão prazo para solicitar o pagamento;
• Mantém o salário substituto (cláusula 5ª);
• Cláusula do vale-transporte volta a ser a conquista da categoria de 4% de desconto sobre o salário base;
• Os bancários e bancarias terão até 30 dias para apresentar o recibo para reembolso do aux ílio-creche; os bancos queriam que esse prazo fosse menor, de 10 dias;
•Volta a cláusula que previa adicional de insalubridade e periculosidade (cláusula 10ª);
• Horário de almoço poderá ser flexibilizado de 15 minutos para 30 minutos na jornada de seis horas (exceto para teleatendimento e telemarketing);
• Mantém o vale-cultura (cláusula 69) conforme queriam os trabalhadores, para que o direito esteja garantido caso o governo retome o programa.Caixa
Manutenção do Saúde Caixa
PLR e PLR Social para 2018 e 2019 (4% do lucro l íquido apurado nos exerc ícios de 2018/2019, distribu ído em valores iguais para todos os empregados).
Manutenção da função das gestantes
VA, VR e cesta-alimentação durante licença médica
Banco do Brasil
Intervalo de almoço dos funcionários com jornada de oito horas poderá ser reduzido para 30 minutos
PLR mantém o mesmo modelo de PLR no Banco do Brasil
Manutenção das três avaliações
Mesas temáticas
“;Diante do golpe que tem promovido enormes retrocessos no pa ís, com aumento do desemprego, aprofundamento da crise e perda do poder de compra da população e com medidas como a reforma trabalhista, elaborada para retirar direitos e enfraquecer o poder de organização da classe trabalhadora. E diante de um cenário eleitoral de incertezas. Ter um acordo que resguarda nossos direitos, que manteve a mesa única de negociação (com bancos privados e públicos) e os acordos por bancos e que garante aumento real, é uma vitória contra esses ataques todos que estamos sofrendo”, reforça Paiva.
“Mais uma vez a luta da categoria bancária vai servir de modelo para a demais categoria que forem negociar daqui para a frente, fortalecendo toda a classe trabalhadora e mostrando que é poss ível sim fazer uma convenção “;, acrescenta a vice-presidente do SindBan, Angela Savian.
Aumento real acima da média dos acordos no semestre
Levantamento feito pelo Dieese, que levou em conta 2.896 acordos entre janeiro e junho, mostra que 78% deles tiveram aumento real, e a média foi de 0,94%. As forças da categoria, na mesa de negociação com os bancos e nas mobilizações em todo o pa ís, garantiram reajuste de 5% com aumento real de 1,18%.