Assédio moral sobre bancárias cresce 140% aponta pesquisa

A pesquisa Perfil Bancário, realizada anualmente pelo Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região (Sindban) aponta dados preocupantes em relação à categoria, sobretudo em relação às mulheres.

Realizada entre 27 de janeiro de 12 de fevereiro deste ano, o levantamento aferiu, por exemplo, que o assédio moral sobre as bancárias cresceu 140% em relação a 2020. Este ano, 34,13% delas disseram sofrem assédio contra 14,18% no ano passado.

“;Analisando os dados, percebemos aumento da pressão sobre as bancárias, o que já vinha ocorrendo em anos anteriores pela ganância de lucros dos bancos. Porém, este ano eles são ainda mais preocupantes, possivelmente a pandemia contribuiu tendo em vista a tensão que os bancários estão passando por estarem direto em contato com público “;, avalia José Antonio Fernandes Paiva presidente do Sindban.

Afastamentos – Outros dados que avalizam essa análise são o das mulheres bancárias afastadas por doenças relacionadas ao trabalho. Um crescimento de 75,1% em relação ao levantamento anterior.

Medicamentos – A mesma tendência de aumento é percebida nas mulheres bancárias que fazem uso de medicamentos controlados. Enquanto a pesquisa passada apontava o uso desse tipo de medicamento por 15,98%, em 2021 o número saltou para 23,81%, um aumento de 49%.

Escolaridade -; Ao se comparar o n ível de escolaridade entre bancárias e bancários, percebe-se que as mulheres estão mais qualificadas em quase todos os n íveis. Elas têm 15% a mais ensino superior, 10% a mais de MBA e 80% a mais de mestrado. De outro lado, os homens têm 30% a mais de pós-graduação.

No caso das certificações espec íficas para atuação no setor financeiro, há mais 18,9% de homens com curso CPA 10, enquanto há 19,6% mais mulheres com CPA 20.

Discriminação -; Apesar de as mulheres representarem mais de 57% da categoria, a discriminação no mercado de trabalho também em apontada em relação às bancárias. Na função de entrada da categoria, a de escriturário, há mais 27% de mulheres. Entretanto, na função de gerente geral há mais 46% de homens. Entre os postos intermediários há um certo equil íbrio.

A renda das mulheres só é maior que a dos homens nas duas funções de menor salário na categoria. Na faixa de maior salário há mais 888% de homens, se comparado ao número de mulheres. Mesmo assim, a renda das bancárias em relação à composição dos rendimentos da fam ília cresceu 6,93%, se comparada ao levantamento anterior, o que pode apontar perda de poder aquisitivo nas fam ílias.

O ano de 2020 foi marcado pelas demissões na categoria. Alguns dados apontam de 12 mil bancários foram demitidos. O número de mulheres negras que já era insignificante na categoria ficou ainda menor. Em 2020 elas representavam 2,15% da categoria. Hoje são apenas 1,59%. Uma redução de 26%.

Teletrabalho -; Um cenário novo para a categoria em 2020 foi a introdução do teletrabalho, sobretudo por conta da pandemia. Entre as mulheres bancárias, 19,05% estão em teletrabalho por decisão do banco, 13,5% por pertencerem ao grupo de risco e 3% delas por conviverem com pessoas do grupo de risco.

Na opinião de Angela Ulices Savian, vice-presidente do Sindban, há ainda muito para se conquistar na categoria bancária para que haja equidade de gênero “;As mulheres têm mais escolaridade, têm mais cursos de certificação então qual a razão de não estarem pelo menos em n ível de igualdade nos cargos de decisão e com os maiores salários? Esse é o nosso desafio, além é claro de diminuir o assédio e a pressão sobre as metas que tem adoecido as bancárias “;, concluiu.

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