O 32º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef) foi encerrado, neste domingo (19), em São Paulo, com a aprovação da pauta de reivindicações espec íficas que será defendida durante a Campanha Nacional dos Bancários 2016, tendo como alguns dos eixos o Fora Temer, a defesa da Caixa 100% pública, o fortalecimento do papel social do banco, as condições dignas de trabalho e mais contratação de empregados.
Após três dias de debates, a edição deste ano foi marcada por forte representação e pelo pioneirismo da adoção do princ ípio da paridade de gênero, que passa a ser obrigatória a partir do 32º Conecef, conforme deliberação aprovada em 2013. Esse objetivo foi quase atingido no evento de 2016, que contou com a participação de 352 delegados, dos quais 185 homens (52%) e 168 mulheres (48%). Serão aprimoradas as condições de estrutura com creche e a garantia de deslocamento de menores, para que os delegados e as delegadas possam trazer seus filhos.
Reivindicações para a campanha unificada – Foi aprovada ainda, na ocasião, a estratégia de campanha nacional unificada dos trabalhadores dos bancos públicos e privados. Aliado a isso, os participantes do 32º Conecef definiram a mobilização pelo Fora Temer, diante da ameaça real para os direitos dos trabalhadores e para as empresas públicas. Para isso, os delegados e as delegadas decidiram juntar esforços ao movimento social e sindical na construção de uma Greve Geral que mobilize a sociedade, envolvendo as centrais sindicais e os movimentos populares organizados. O propósito é o de reafirmar o “;Fora Temer “; e combater a pol ítica econômica neoliberal desse governo interino e ileg ítimo que está golpeando violentamente direitos trabalhistas, civis e sociais.
Para os participantes do 32º Conecef, o ataque à CLT, a criminalização dos movimentos sociais, a promoção da intolerância religiosa e sexual, dentre outros, promovidos pela aliança pol ítico-judicial-midiática, que sempre foi reacionária, devem ser combatidos sem trégua por todas as forças progressistas e classistas do pa ís. E deixam claro o seguinte: bancários e bancárias da Caixa, mais uma vez, fazem-se presentes na luta por mais democracia e pelos direitos de todos. A mobilização, portanto, é para que a Caixa permaneça 100% pública e que se mantenha e se fortaleça como banco social, continuando a atuar como grande responsável por pol íticas públicas de transferência de renda e de habitação e moradia.
O Conecef deste ano teve como lema “;Lutar sempre vale a pena -; Nós somos a resistência! “;. A defesa da Caixa 100% pública, somada à luta por mais contratações e contra a precariedade das condições de trabalho, foi o principal tema em discussão. A crescente elevação do volume de trabalho face à forte carência de pessoal, a prática rotineira de horas extras sem registro correto e pagamento correspondente e a cobrança por metas desmedidas figuraram entre os fatores cr íticos apontados nos debates dos cinco grupos de trabalho. Esse processo também foi norteado pelo princ ípio de que defender a Caixa é defender o Brasil, sobretudo porque o banco sem papel social perde a sua razão de ser.
Uma necessidade premente foi apontada como urgente e imediata: intensificar a mobilização contra o processo de reestruturação e contra o Programa de Gestão por Desempenho (GDP). Outra prioridade é o combate ao assédio moral e sexual, e a todas as formas de violência organizacional, com a inclusão, entre outras medidas, das punições normativas previstas nos manuais disciplinadores contra os assediadores que pratiquem, comprovadamente, qualquer forma de violência moral contra colegas, subordinados e demais pessoas, sem negligenciar os aspectos organizacionais envolvidos. Ficou acertado ainda que, conclu ído o processo administrativo, e confirmadas às denúncias, caberá à Caixa, como em qualquer caso de crime, denunciar às autoridades competentes.
Reuniões em grupo no segundo dia – No segundo dia do Conecef, os delegados e as delegadas fizeram os debates em grupos sobre os temas saúde do trabalhador, condições de trabalho, Saúde Caixa e GDP (1); Funcef, Prevhab e aposentados (2); segurança bancária, infraestrutura das unidades e terceirização (3); Caixa 100% pública, contratação, Sipon e jornada de trabalho (4); isonomia, carreira e reestruturação (5). O tema organização do movimento foi abordado em todos os grupos.