No encerramento do primeiro dia de Conferência (2), a palestrante Marina Silva, da União Geral dos Trabalhadores (UGT), falou da importância da implantação de acordos marcos globais para potencializar as ações sindicais frente aos avanços do capital e da precarização do trabalho em esfera mundial.
Além do fortalecimento das ações do movimento sindical, esses acordos ajudam na redistribuição de renda e na melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores. “;Mas para eles serem efetivos, precisam estar acompanhados de estratégias nacionais, regionais e mundiais “;, reforça.
Conjuntura pol ítica e econômica -; Terceirização, alta lucratividade dos bancos, financeirização da economia, ataque aos sindicatos e aos direitos dos trabalhadores. A palestrante disse que nada disso é por acaso e esses problemas estão ocorrendo em escala planetária. “;Essa vulnerabilidade dos trabalhadores não é um fenômeno simplesmente porque a economia não está dando certo. A origem vem de um projeto de sociedade constru ído logo após a 2ª Guerra Mundial, projeto esse criado e estruturado pelo capital. “;
Marina conta que, em 1995, uma cúpula mundial de empresários reuniu-se nos EUA e informou que até 2020 só utilizariam 20% da força de trabalho existente no mundo. “;Isso se parece com o que estamos vivendo agora? Quantos bancários t ínhamos nos anos 1980 e quantos tempos hoje? “;.
Segundo ela, 747 empresas têm determinado, com o apoio da grande m ídia, o cenário econômico, pol ítico, social e ambiental, muitas delas, com capital superior a de 22 pa íses. “;Elas controlam de forma organizada toda a cadeia produtiva. Essa organização ocorre de maneira global. “;
Despolitização do debate -; Marina afirma que esse poder econômico quer que despolitizemos o debate. “;Se isso acontecer, não vai sobrar nada. “;
Redes virtuais -; Reforçando o pensamento da necessidade dos sindicatos de organizarem de maneira global para confrontar com a organização do capital, a palestrante falou da importância de construir redes virtuais e utilizá-las de forma efetiva.
“;Vamos utilizar a internet não dá forma que eles querem. Os trabalhadores por meio das redes podem trocar informações, experiências, tomar decisões coletivas. Construir redes sindicais significa colaborar com estratégias que resgatam valores, desejos dos trabalhadores tanto na teoria como na prática. Precisamos nos reinventar. A rede é a forma mais rápida de mobilização. “;