Entre 1995 e 1999 o Brasil assistiu, estarrecido, à destruição de 1,2 milhões de empregos formais. Eram os tempos bicudos do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Sua tão mal afamada pol ítica de austeridade, tipo do modo neoliberal de governar -; e a mesma levada a cabo em toda a Europa e que está afundando o continente -;, demoliu o Estado nacional em consequência das privatizações e do endividamento crescente. Os juros básicos da economia passaram dos 40% ao ano em alguns momentos. Uma festa somente para quem aplica dinheiro, mas uma tragédia para a economia nacional e para quem salário serve para sobreviver.
é este modo de governar que bate às portas do Brasil, novamente. Caso o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, vença as eleições, Arm ínio Fraga já foi anunciado como ministro da Fazenda. Ele era o presidente do Banco Central durante o segundo mandato de FHC (1999-2002) e elevou a taxa básica de juros da economia a 45% ao ano para tentar frear a inflação. O tiro saiu pela culatra: em 1999, oíndice fechou em 8,9%, em 2000 foi para 6% e no ano seguinte subiu para 7,7%. Em 2002, último ano do governo FHC, ultrapassou a casa dos dois d ígitos (12,5%).
Além do óbvio encarecimento do crédito à população, a alta da taxa de juros desemboca em outros problemas. é o que explica o economista, professor da Unicamp e coordenador da rede Plataforma Pol ítica Social, Eduardo Fagnani. “;Isso gera efeitos danosos para a economia, como sua recessão, que por sua vez gera desemprego, arrocho salarial e queda no rendimento familiar. E esses fatores vão continuar alimentando o ciclo perverso da recessão. “;
Outro estrago gerado pela alta dos juros é a vinda do capital especulativo externo. “;O capital financeiro toma dinheiro a juros de 0,5% no exterior e aplica aqui a juros muitas vezes maior. Quando entram muitos dólares, o câmbio fica valorizado, o que destrói ainda mais a indústria nacional “;, explica Fagnani.
INFLAçãO “;FORA DE CONTROLE “; -; A imprensa conservadora e a campanha de Aécio Neves martelam na tese de que a inflação atualmente está fora de controle, para justificar a tese de que é necessário elevar juros. No entanto, dados mostram que isso não corresponde à realidade. A inflação foi de 6,5% em 2011, 5,84% em 2012 e 5,91% em 2013, o que dá uma média anual de 6,1%. Na era Lula (2003 a 2010), os preços subiram 5,8% ao ano. Já na gestão FHC (1995 a 2002), o aumento médio foi de 9,2%.
Os números referem-se aoíndice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador oficial de inflação, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat ística (IBGE). Em 2002, último ano do mandato de Fernando Henrique Cardoso, a inflação havia sido de 12,5%.
Fonte: SP Bancários