Reforma, reorganização, reestruturação. Não importa a palavra, o significado é o mesmo, e entre os funcionários de alguns departamentos do Itaú, gera arrepios, medo, apreensão.
O ano foi marcado pelo clima tenso na área de tecnologia do banco por conta das dispensas. “;Na realidade, o processos não é de reestruturação, e sim de demissão. Infelizmente, desde junho, é o que podemos constatar “;, ressalta a dirigente sindical Valeska Pincovai. Segundo ela, os trabalhadores estão tensos e as conversas são sobre poss íveis listas dos departamentos com nomes de quem será dispensado. “;Nesta semana houve dispensa no Service Desk, no bloco E1 e também no C3. às 7h, na porta do Ca Raposo, já estavam pipocando as conversas sobre listas. Os bancários estão apavorados e o que queremos é um retorno do banco, para tranquilizar esses trabalhadores “;, explica.
Representantes do Itaú foram questionados no dia 21 de outubro sobre as dispensas, mas não houve retorno ao Sindicato. “;Enquanto não temos respostas, as demissões continuam. A situação é inadmiss ível, uma vez que o Itaú não é uma empresa que passa por crise, mas que obteve um lucro ainda maior que o resultado exorbitante anterior. A contrapartida aos seus funcionários é oferecer o desemprego? “;, questiona Valeska.
LUCRO MAIOR, EQUIPE MENOR -; O lucro l íquido recorrente do Itaú atingiu R$ 11,156 bilhões nos nove primeiros meses de 2013, crescimento de 5,8% em relação ao mesmo per íodo do ano passado. “;No entanto, o banco coloca em prática o que chama de Projeto Eficiência “;, destaca Valeska. Por meio do projeto, o banco reduziu o número de trabalhadores de 104.022 em março de 2011 para 87.440 em setembro de 2013 -; corte de 16.582 postos de trabalho no per íodo. “;O que o banco tem a dizer sobre a extinção de mais de 522 vagas por mês em 30 meses? é o que nós, trabalhadores do banco, queremos saber “;, diz a dirigente.
Outra preocupação dos funcionários do Itaú é a respeito da terceirização no CA Raposo. Enquanto bancários são dispensados, muitos com ótimas avaliações, o trabalho está sendo terceirizado. “;Na tecnologia existe trabalho para muita gente. Não queremos dispensas imotivadas, não queremos sobrecarga de trabalho nem funcionários de sobreaviso sem receber por isso. Queremos o fim do assédio moral, da pressão e, principalmente, justificativas para esse número de demissões “;, conclui Valeska.
Fonte: Sindicato dos Bancários de SP
Fantasma da demissão assombra bancários do Itaú
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