O Santander terá de se explicar, na Justiça, sobre as milhares de demissões que está promovendo desde a última segunda-feira em todo o Brasil. O Sindicato dos Bancários de São Paulo ingressou com ação no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, com o objetivo de impedir a dispensa em massa. Uma audiência de conciliação entre a entidade representativa dos trabalhadores e o banco foi marcada para a tarde desta quinta-feira 6.
A ação visa proteger direitos coletivos sob o argumento de que demissões de grande contingente de trabalhadores, como a promovida pelo Santander, têm de ser informadas previamente ao Sindicato para que possam ser estudadas medidas que evitem os cortes.
Protestos
Mas os bancários também estão organizados para denunciar o banco. Foram paralisadas dezenas de agências na terça-feira 4 e o Centro Administrativo Santander (Casa 3) na quarta-feira, além de formalizado pedido junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para que intervenha contra o processo de demissões que pode atingir cerca de 5 mil trabalhadores em todo o pa ís até a próxima sexta 7. As manifestações devem continuar ao longo da semana.
Casa 3
No Casa 3, concentração que reúne cerca de 1.200 funcionários, pelo menos 200 foram dispensados, segundo levantamento feito por dirigentes sindicais.
Durante o protesto, a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, lembrou que somente 9,2% das receitas do Santander vão para as despesas de pessoal. “E isso é bem inferior aos outros bancos brasileiros, que não estão demitindo dessa forma. é inadmiss ível que o Santander queira economizar com os trabalhadores. Queremos que o banco cesse todo o processo de demissão”, ressalta a dirigente, lembrando que o lucro do banco espanhol está entre os cinco maiores do Brasil. “Há inclusive demissões irregulares, como de trabalhadores em per íodo de estabilidade pré-aposentadoria, e o Sindicato vai buscar a reintegração desses bancários.”
A diretora executiva do Sindicato e funcionária do Santander Rita Berlofa enfatizou durante o ato que não há justificativa para as dispensas e atribuiu o corte dos milhares de postos de trabalho no Brasil a um poss ível aumento de remessa de lucros para a Espanha. “Lá não há demissões de bancários porque existe mais proteção aos empregos, por isso o Santander quer demitir aqui. Não vamos aceitar.”
Solidariedade
Oliver Roethig, secretário regional da UNI Europa, manifestou apoio ao Sindicato e solidariedade a todos que enfrentam o “ataque da gestão Santander” e ressaltou que as dispensas são “inaceitáveis”.
Fonte: Contraf-CUT