Depois das divulgações dos balanços referentes ao terceiro trimestre de 2012, o Banco do Brasil se consolidou como l íder do sistema financeiro brasileiro, com R$ 1,103 trilhão em ativos totais, crescimento de 16,2% contra setembro de 2011.
A surpresa, no entanto, aparece com a Caixa Econômica Federal, que obteve expansão de 33,08% nos ativos próprios, para R$ 673,4 bilhões, mas ainda atrás do Itaú Unibanco, Bradesco e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O cenário, segundo especialistas entrevistados pelo DCI, deve permanecer no próximo ano, já que os bancos públicos irão manter a estratégia de redução das taxas de juros e forte oferta de crédito.
Em seguida ao BB, o Itaú Unibanco somou R$ 960,216 bilhões em ativos totais, acréscimo de 14,72% contra o terceiro trimestre do ano passado. O Bradesco totalizou R$ 856,288 bilhões, o que representou um crescimento de 18,6%.
O BNDES disponibilizou somente os ativos totais até 30 de junho de 2012, que chegaram a R$ 650,7 bilhões.
Atrás da Caixa ficou o Santander, com R$ 442,788 bilhões em ativos totais, alta de 1,6%.
Segundo João Augusto Salles, economista da consultoria Lopes Filho, a pol ítica do controlador dos bancos estatais, o Governo Federal, é de aumento da oferta de crédito para estimular o crescimento econômico, o que estimula o crescimento das instituições financeiras. “O controlador tem estratégias semelhantes para a Caixa e BB. Esses bancos têm que injetar crédito na economia e isso vai se manter em 2013.”
Na opinião de Salles, só alguma fusão ou aquisição dos concorrentes pode tirar a liderança do Banco do Brasil. “O BB em 2013 vai continuar liderando.” Além disso, segundo o economista, há a segurança nos bancos estatais dada pelo governo. “Contam com o est ímulo de capitalizações mais para a frente, então se arriscam.”
Na soma dos ativos totais, o sistema financeiro nacional possui R$ 5,532 trilhões até junho de 2012, crescimento de 15,35% contra o mesmo per íodo de 2011.
Do total, os seis maiores bancos correspondem a 76,53% ao somar R$ 4,234 trilhões em ativos totais. Os dados são do Banco Central e foram disponibilizados somente até junho de 2012.
A participação do l íder no mesmo per íodo, o Banco do Brasil, também é expressiva, de 18%.
O economista da Lopes Filho enfatiza que o cenário em 2013 deve permanecer o mesmo, sendo liderado pelo BB e seguido por Bradesco e Itaú. “Para 2013 muda somente se houver alguma aquisição ou fusão. O Itaú avançou muito quando da união com o Unibanco. Já o Bradesco não, optando pelo crescimento orgânico”, disse João Augusto Salles.
A expansão orgânica à qual se refere Salles diz respeito ao aumento do negócio por meio da produção e vendas, com ampliação da rede de atendimento e estratégias comerciais.
O professor de Administração da ESPM, José Eduardo Amato Balian, argumenta que o forte crescimento nos últimos anos é visto na Caixa e no Banco do Brasil. “Têm um desempenho forte com a baixa das taxas de juros para elevar a oferta de crédito para a população.”
Balian acredita, contudo, que o cenário pode mudar. “De imediato foi isso que aconteceu, mas a médio prazo pode vir a reação dos bancos privados, que não querem perder espaço e são puxados pela maior concorrência”, conta Balian.
Indicadores
O Retorno sobre o Ativo Médio anualizado – percentual de lucro em relação aos recursos investidos – apresentou leve redução nos cinco maiores bancos.
No Banco do Brasil, o indicador passou de 1,3% em setembro de 2011 para 1% neste ano. A mesma queda, de 0,3 ponto percentual, pode ser vista no Bradesco, que reduziu de 1,7% para 1,4%. Já na Caixa o recuo foi menor, de 1,1% para 0,9%.
Itaú e Santander tiveram quedas de 0,4 ponto percentual, para 1,5% e 1,4%, respectivamente.
Fonte: DCI – São Paulo