O Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), um dos supervisores do sistema bancário americano, deu sinal verde para o Banco do Brasil ampliar as suas operações nos Estados Unidos.
Em 12 de outubro, o BB passa a operar oficialmente no território americano com a nova marca, Banco do Brasil Américas. E coloca em marcha a estratégia de ampliar o portfólio de produtos e de instalação de novas agências.
No começo do ano, o BB adquiriu um banco comunitário da Flórida, o Eurobank, com apenas três agências. A instituição apresentava algumas fragilidades financeiras, por isso o FDIC havia limitado sua ampliação de ativos e passivos.
O BB pagou US$ 6 milhões pelo Eurobank. Nos meses seguintes, injetou US$ 49,5 milhões para reforçar o capital do banco, além de promover um saneamento da carteira de ativos.
Para o FDIC, gestor do seguro depósito nos Estados Unidos que tem poderes de supervisão, esse processo está conclu ído. Sob o comando do BB, o Eurobank já é um banco sólido e pode voltar a ampliar as suas atividades.
No plano de negócios apresentado às autoridades americanas, o BB informou que pretende ter 16 agências bancárias nos próximos cinco anos. O objetivo é ampliar a base de clientes, hoje de 1,5 mil, para cerca de 100 mil correntistas até 2020.
“Não descartamos fazer novas aquisições para crescer nos Estados Unidos”, afirmou Leandro Alves, presidente do Banco do Brasil Américas.
Com a liberação pelo FDIC, o BB também irá ampliar o portfólio de produtos, incluindo cartão de crédito, banco no celular e uma rede de 50 mil terminais de auto-atendimento (ATMs) com atendimento tanto em inglês quanto em português. No ano que vem, o BB vai oferecer financiamento imobiliário para a aquisição de imóveis nos Estados Unidos.
A operação no varejo americano é um desejo antigo do BB. Em 2008, o banco federal havia obtido autorização dos reguladores americanos para iniciar uma operação orgânica, ou seja, formar um banco do zero. Mas os planos foram adiados, devido à crise financeira que atingiu os Estados Unidos.
O BB escolheu começar na Flórida porque é um Estado com grande concentração de brasileiros (que algumas estimativas colocam em 300 mil), com perfil de renda diversificado. Há imigrantes que se mudaram para “fazer a América”, mas também um grande grupo de turistas e de brasileiros de alta renda que resolveram morar nos Estados Unidos.
A ideia é instalar agências também em Massachusetts, Nova York e Nova Jersey, Estados com grande concentração de brasileiros. E também atrair outras comunidades de latino-americanos. “O Brasil tem uma boa aceitação nos demais pa íses da região”, disse Alves.
Fonte: Valor Econômico