APOSENTADOS BANESPA – Comissão quer discutir reajuste de aposentados

A Comissão do Trabalho da Câmara dos Deputados se reúne amanhã às 11 horas com representantes do Banco Santander para discutir o reajuste dos aposentados do Banespa, em um processo que pode envolver valores superiores a R$ 15 bilhões. Representantes dos aposentados reclamam que o Santander, que assumiu a responsabilidade pelo pagamento dos benef ícios após comprar o Banespa no leilão de privatização de 2000, congelou os valores por cinco anos. O programa de privatização do Banespa inclu ía uma carteira de t ítulos que seria usada para custear os pagamentos aos aposentados, e que ficou com o banco espanhol. “O Santander recebeu t ítulos federais no valor de R$ 7 bilhões na época para garantir as aposentadorias, ficou com o dinheiro dos papéis e congelou os benef ícios até 2006”, afirma Guilherme Setembre, funcionário aposentado do banco. Segundo Setembre, somente no Natal de 2006 a Secretaria de Previdência Complementar mandou um of ício determinando que o Santander depositasse os t ítulos na empresa de previdência do banco, a Banesprev. O Santander colocou R$ 3 bilhões na Banesprev e concedeu então dois reajustes aos aposentados peloíndice da Federação Nacional dos Bancos (Febraban), de 3,5% em 2006 e 2007 6%, o mesmo aplicado aos bancários da ativa. “Os reajustes atrasados representam mais de 60% e o valor que eles depositaram na Banesprev é muito menos do que o que eles ganharam com os t ítulos, que rendiam IGP-M mais juros de 12% ao ano, um valor que deve estar em R$ 15 bilhões”. Procurado, o Santander informou por meio de sua assessoria que não comenta assuntos em discussão na Justiça. A reunião com o Santander foi pedida em 6 de dezembro pelo presidente da Comissão de Trabalho, deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP). Em audiência pública, o deputado conseguiu apoio da comissão e deu um prazo para o Santander fazer uma proposta para resolver a disputa com os aposentados. “Vamos tentar discutir um acordo para reaver os atrasados todos, se não vou propor a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar isso”, afirmou Marquezelli. Setembre, que trabalhou por 30 anos no Banespa e cujo pai também foi funcionário do banco, diz que a não correção dos valores beneficiou o Santander ao reduzir o custo das aposentadorias pela metade em valores reais. Fonte: Valor Econômico