Representantes do funcionalismo do Banco do Brasil entregaram à equipe de transição do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva um documento, em que solicitam o fortalecimento de dois tipos de BB: um banco para competir com o mercado, inclusive regulamentá-lo e também um BB, com atuação nas comunidades distantes, com um orçamento voltado para a área social, para a agricultura familiar, para as micro e pequenas empresas, pro microempreendedor individual, para as cooperativas de produção.
Além de fortalecer o papel do BB como banco público, o movimento sindical apresenta ao governo de transição um debate sobre o banco que o funcionalismo quer, e como esse banco deve tratar os trabalhadores, com respeito e dignidade, a partir de contratações via concursos, com abertura de mais agências, sempre prezando a sustentabilidade do banco.
Dentro do grupo de transição, os funcionários do BB contam com auxílio de Marcel Barros, que foi diretor da Previ e hoje é presidente da Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão e dos Beneficiários de Saúde Suplementar de Autogestão (Anapar).
Ao longo da corrida eleitoral, que o reconduz ao Planalto depois de 12 anos, Lula declarou diversas vezes que seu governo irá priorizar o fortalecimento dos bancos públicos.
Esse papel foi deixado de lado pelo governo Bolsonaro, com olhar privatista sobre o BB, seja com a posse de Rubens Novaes [ex-presidente do banco], até pelas manifestações do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Nos últimos anos a direção do Banco do Brasil passou a priorizar o pagamento de dividendos para acionistas, aumentando taxas de juros e reduzindo da carteira de crédito, para tornar o BB semelhante aos bancos privados.
Ampliação – Outros debates sobre o BB levados para a equipe de transição são a realização de concursos para aumentar o número de funcionários do banco público e a ampliação de agências nas periferias e localidades menos desenvolvidas.
O movimento sindical quer um banco que trate com respeito e dignidade os funcionários, para que não sejam mais submetidos às metas abusivas. Um banco presente nas periferias e cidades pequenas. Nos últimos anos 1.500 agências foram fechadas, assim como mais de 10 mil postos de trabalho.
Previ – As reivindicações que foram apresentadas à Previ durante a campanha salarial deste ano e as propostas que os funcionários estão sendo levadas ao governo de transição de Lula.
O CNPC [Conselho Nacional de Previdência Complementar] vem produzindo resoluções que agridem diretamente os associados, verdadeiros donos dos fundos de pensão fechados. Nesse atual governo, inclusive, Paulo Guedes atacou a Previ tentando colocar na gestão da entidade um cara do mercado, mas graças à nossa rápida atuação, não conseguiu.
Os associados de fundos de pensão fechados não podem perder de vista que defender o sistema público de previdência é também um papel deles.
O governo Bolsonaro, que se encerra agora, tem recusado muitos recursos do INSS. Fazer um debate separado, de um lado o sistema de previdência complementar e de outro do sistema público não vai resolver um problema que atinge a todos.
A Previ faz parte do sistema de previdência complementar, como o próprio nome diz, complementar ao INSS. Então, funcionários do BB têm que entender que todos nós precisamos também de um INSS saudável.