Comando Nacional retoma negociação com Fenaban sobre teletrabalho

Os resultados da 2ª Pesquisa de Teletrabalho da Categoria Bancária foram apresentados nesta sexta-feira (24) pelo Comando Nacional para a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

Os representantes dos bancos pediram um tempo para avaliar os dados da pesquisa. Desde já serão realizadas negociações com os bancos, por meio das comissões de empregados.

O Comando manifestou preocupação com uma volta descoordenada e apressada ao trabalho presencial. Ficou marcada para a semana que vem a retomada de negociação para definir sobre os protocolos de segurança nos locais de trabalho.

A pesquisa foi feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e avaliou as condições para a categoria realizar o teletrabalho, após mais de um ano de duração dessa modalidade, durante a pandemia da Covid-19.

Foram colhidos questionários respondidos por 13 mil bancárias e bancários e feitos vários recortes na pesquisa, desde faixas etárias, salariais, distribuição geográfica e por bancos.

Houve maior índice de diagnóstico positivo de Covid-19 (38%) entre os que permaneceram no trabalho presencial do que os que foram para o teletrabalho (23%).

Chamou a atenção o fato de que o banco que menos colocou trabalhadores em teletrabalho foi o que mais teve registros de contaminação.

O fato de termos negociado no ano passado a ida de boa parte da categoria para o teletrabalho e discutirmos medidas protetivas para quem ficou nas agências foi decisivo para salvarmos vidas.

A pesquisa ajudou muito a enxergar o que temos que negociar. Mostrou que aquilo que o Comando pauta desde o ano passado era realmente necessário para proteger os trabalhadores e traz algumas demandas para negociação.

Retorno – Uma das principais preocupações do Comando é com o retorno dos que estão em teletrabalho para o trabalho presencial.

O retorno não pode ser feito antes de ter uma proteção na sociedade, de ter todos os cuidados. O retorno tem que ser cauteloso. Alguns bancos fazem retorno sem negociar. O que está em jogo é se a pessoa vai viver ou não, se vai ficar com sequelas ou não. Isso tem consequências que não são boas para as pessoas. Por isso, cobramos tanto a negociação antes de qualquer retorno.

Ficou marcado para a próxima sexta-feira (1º de outubro) a retomada da Mesa Permanente de Saúde entre o Comando e a Fenaban para definir o protocolo de segurança contra a Covid-19.

A preocupação é que a pandemia não está controlada. O número de óbitos continua preocupante, acima de 500, e a vacinação está lenta. Essa ânsia de retorno nos preocupa. Nos preocupa o debate das sequelas. Tem muitos colegas que estão trabalhando com capacidade de trabalho diminuída por causa das sequelas.

O grupo de risco é o mais preocupante. Estamos vendo os bancos pedindo o retorno a partir de outubro, pedindo o retorno das pessoas com comorbidade. Quem toma a segunda dose, acha que não há mais necessidade de usar máscara e de ter distanciamento. Sabemos que a vida não voltou ao normal.

Custos do teletrabalho – Um dado importante na pesquisa foi que somente 13% dos pesquisados estão recebendo auxílio financeiro dos bancos para os custos do teletrabalho. Apenas um dos cinco maiores bancos está pagando o auxílio de forma regular.

Quando foi perguntado o que de mais importante deveria ser fornecido pelos bancos para quem estiver em teletrabalho, 59% dos pesquisados responderam que seria o pagamento do auxílio financeiro para cobrir as despesas com o trabalho remoto (luz, água, internet etc.).

No ano passado, 39% dos pesquisados apontaram o pagamento do auxílio como importante. A resposta mais frequente (64%) foi o fornecimento de equipamentos de infraestrutura. (cadeira, notebook etc.

Enquanto as despesas do teletrabalho se avolumam com o aumento da inflação, os bancos cortaram custos com o trabalho remoto. Economizaram R$ 766 milhões, na comparação das despesas administrativas entre 2019 e 2020.

Os representantes da Fenaban pediram na reunião um tempo para analisarem os dados da pesquisa, antes de responderem às reivindicações. As negociações também serão feitas banco a banco, por meio das comissões de empregados.

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