Os diretores do Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região foram às ruas, na manhã desta quarta-feira (15), pelo Dia Nacional em Defesa dos Bancos Públicos. Bancários de todo o pa ís realizaram, ao mesmo tempo, um ato em frente ao Ministério da Fazenda, em Bras ília.
O ato que protesta contra a privatização das estatais também é contra as resoluções 22 e 23 da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR), que determina a redução das despesas das empresas estatais com a saúde dos trabalhadores e limitam a 6,5% da folha de pagamento a participação no custeio dos planos de saúde, além de proibir a inclusão de novos funcionários. “;Os planos serão inviabilizados, Temer quer acabar com o Saúde Caixa e com a Cassi, o que corresponde a um milhão de vidas. E vai piorar, o serviço será cada vez mais precarizado, a contribuição do funcionário será elevada sem contrapartida do governo “;, relatou empregado da Caixa e dirigente do SindBan, Ubiratan Campos.
Durante a ação, dirigentes sindicais dialogaram com a população para alertar os trabalhadores sobre os perigos dessas medidas, denunciar mais este retrocesso imposto pelo governo Temer e pressionar pela revogação das resoluções.
A mobilização faz parte do calendário de lutas definida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e do Comando Nacional dos Bancários na Campanha Nacional 2018.
“;O tempo de atendimento é longo, faltam funcionários, a demanda é grande, e tudo é feito de propósito, para que o governo venda a ideia de que essas instituições não funcionam e que precisam ser privatizadas. E quando isso acontecer a sociedade vai entender que não terá acesso ao serviço bancário, ao financiamento imobiliário e, se tiver, pagará alto por isso “;, explicou o diretor Paschoal Verga Junior.
Ataque
A resolução 23 da CGPAR determina prazo de 48 meses contado a partir de janeiro para que todos migrem para um sistema paritário de contribuição aos planos de saúde, sendo 50% para as empresas e 50% para os funcionários. Atualmente a média é de 75% para as estatais e de 25% para seus empregados.
A resolução 23 também limita a lista de dependentes aos cônjuges e filhos, proibindo a inclusão dos pais e outros, e veda a criação de novos planos administrados pelo RH das empresas.
Já a resolução 22 da CGPAR pro íbe que os planos de autogestão tenham em suas diretorias ou conselhos representantes ligados a organizações sindicais, enfraquecendo, dessa forma, a defesa dos interesses dos trabalhadores.
As resoluções foram publicadas no Diário Oficial da União em janeiro. A CGPAR é um órgão vinculado ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
Revogação das resoluções da CGPAR
Além dos atos desta quarta-feira (15), os trabalhadores buscam a revogação das resoluções da CGPAR pela via legislativa com o Projeto de Decreto Legislativo (PDC 956/2018), de autoria da deputada federal Erika Kokay (PT-DF). Por meio de uma enquete da Câmara dos Deputados, todo cidadão pode dizer se concorda ou não com o projeto da deputada, que visa sustar as resoluções da CGPAR.