Campanha 2018: Bancos lucram milhões e não querem dar aumento real

Reposição da inflação, medida pelo INPC, para salários, pisos e demais verbas, como PLR, VA, VR e aux ílio-creche/babá. Esta foi a proposta apresentada por um dos setores mais lucrativos do pa ís aos trabalhadores, na mesa de negociação desta terça-feira 7 da Campanha Nacional dos Bancários 2018. Além disso, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não trouxe respostas a outras reivindicações importantes da categoria, como manutenção dos empregos e a não adoção das novas formas de contratação previstas na reforma trabalhista.

“;Deixamos claro na mesa que a proposta não contempla os bancários, que são os responsáveis pelos resultados tão positivos dos bancos e que merecem valorização. Ela é insuficiente, pois não prevê aumento real. E é incompleta, já que a Fenaban não trouxe respostas para várias reivindicações que apresentamos ao longo das cinco rodadas anteriores de negociação, como as demandas de saúde e emprego. E nem se comprometeram com a não retirada de direitos, como a não substituição de bancários por terceirizados, a não adoção das novas contratações previstas na reforma trabalhista “;, avalia o presidente do Sindicato dos Banca?rios de Piracicaba, José Antonio Fernandes Paiva.

Além de não atenderem às reivindicações, a Fenaban ainda ameaçou a categoria com a retirada da cláusula sobre dias não trabalhados (greve). “;Ou seja, não irá abonar os dias parados. “;

Pela proposta da Fenaban, o acordo seria de quatro anos, com reposição da inflação a cada data base da categoria (1º de setembro). Para este ano, o reajuste seria de 3,90% (projeção do INPC entre 1º de setembro de 2017 e 31 de agosto de 2018). O Comando adiantou que acordo de quatro anos só com garantia de empregos.

Os bancos ainda querem alterar cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, segundo eles, para garantir segurança jur ídica, mas sequer apresentaram a redação das modificações.

A próxima rodada de negociação com a Fenaban ficou marcada para o dia 17 de agosto.

A proposta dos bancos será apreciada pelos bancários de Piracicaba e região em assembleia nesta quarta-feira 8, a partir das 18h, na Sede dos Bancários (Rua Xv de Novembro, 549, Centro). E o Comando Nacional dos Bancários indica sua rejeição, pelo fato de a proposta ser insuficiente e incompleta.

A assembleia também deve deliberar sobre a participac?a?o da categoria bancária nos atos e paralisações da sexta-feira 10 de agosto, o Dia do Basta, chamado pela CUT, CTB, Intersndical e demais centrais sindicais e pelos movimentos sociais, em protesto contra os retrocessos do governo golpista de Temer, como a reforma trabalhista, o aumento dos combust íveis, a entrega do patrimônio nacional e o desmonte das empresas públicas, entre elas a Caixa e o BB, o aumento do desemprego e o empobrecimento da população, com crescimento da miséria e cortes nas verbas da saúde e educação.

Bancos lucram alto

Mesmo na crise, os bancos ganham, e muito. Em 2017, os cinco maiores bancos que atuam no pa ís (Itaú, Bradesco, Santander, BB e Caixa), que empregam em torno de 90% da categoria, lucraram juntos R$ 77,4 bilhões, aumento de 33,5% em relação a 2016. Só no primeiro trimestre deste ano, eles já atingiram R$ 20,3 bi em lucro, 18,7% a mais do que no mesmo per íodo de 2017. E os balanços do semestre já divulgados pelo Itaú, Bradesco e Santander apontam que o ritmo de crescimento se manterá.

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