Nesta quarta-feira (7), o Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região (SindBan) apresentou o tradicional Perfil da Mulher Bancária. Os números divulgados comprovaram que, mesmo sendo maioria, mulheres sofrem com a falta de oportunidades dentro do sistema financeiro e esse abismo é ainda maior em relação às mulheres negras, que não chegam a 1% dentro da categoria. Dos 1174 bancários entrevistados, 55,62% são mulheres.
O Perfil foi realizado de 04 de dezembro de 2017 a 08 de janeiro deste ano, em 102 agências de bancos públicos e privados de 19 cidades da base territorial do sindicato – Piracicaba, águas de São Pedro, Charqueada, Santa Maria da Serra, São Pedro, Saltinho, Rio das Pedras, Capivari, Pereiras, Jumirim, Laranjal Paulista, Tietê, Cerquilho, Bofete, Mombuca, Pardinho, Porangaba, Santa Bárbara d`Oeste e Conchas.
Mais uma vez o cenário que se desenhou foi a predominância masculina nos altos cargos. Mesmo mais escolarizadas, cerca de 60% possuem curso superior, o número de mulheres que ocupam cargo de gerente geral vem diminuindo nos últimos três anos. Em 2018, 4% das mulheres ocupam o mais alto cargo dentro da agência, enquanto os homens representam 9,02%, diferença de cerca 230%. Essa desigual oportunidade reflete nas faixas salariais. Enquanto 3,45% dos homens recebem mais de 13 mil reais, nem 2% das mulheres (1,38%) recebem esse valor, uma diferença de quase 300%.
Segundo o presidente do SindBan, José Antonio Fernandes Paiva, o perfil busca entender a realidade dos bancários e auxiliar na definição de ações e no combate às questões que atingem à categoria. “;Sempre que é feito um diagnostico, há maior precisão das ações. Foram mais de 1100 entrevistados, número bastante alto do ponto de vista técnico, a margem de erro foi extremamente pequena e reforçou, mais uma vez, a desigualdade dentro do sistema financeiro. “;
A vice-presidente do SindBan pontua que os dados remetem a discussões com a categoria e o setor patronal para tentar minimizar cada vez essa diferenciação, às vezes discriminação e desigualdade, no tratamento à mulher no mercado financeiro. Ela também comenta a luta das mulheres por melhores condições. “;A luta para diminuir a desigualdade é muito importante, não só para as mulheres no sistema financeiro, mas sim, para todas as mulheres, a diferença na questão de cargos e salários vem se mantendo, mesmo com as intensas lutas para diminuir.
O presidente do SindBan, completa “;vimos recentemente numa pesquisa do Ministério do Trabalho que foram desligados 1947 trabalhadores, e contratados 2599 só que média salarial 43% menor, e esse número sobe para mais de 45% “;, conclui.
Dados Alarmantes – No que se refere ao assédio sexual, a pesquisa demonstrou um novo aumento no ano de 2018 subindo de 0,93% para 1,38%. O mesmo se reflete no assédio moral que passou de 19,02% para 20,67% No caso da discriminação racial, a queda em relação ao ano anterior foi de quase 60%. Discriminação sexual diminuiu para 2,45%. A vice-presidente e coordenadora da Semana da Mulher, Angela Savian, comenta as ações desenvolvidas ao longo dos anos. “;Percebemos que temos que bater muito ainda nesta “;tecla “;, desde 2000 o SindBan realiza ações voltadas para os casos de assédio, e um dos nossos objetivos é fazer com que as pessoas tenho coragem de denunciar, por um lado esse aumento representa que mais pessoas estão reconhecendo o que vem sofrendo, por outro lado percebemos que é essa é uma ação que temos que manter sempre, pois os anos em que tivemos campanhas nacionais, em 2016 que foi o ano do lançamento da nossa cartilha de assédio observamos a diminuição, mas 2017 e 2018 vemos que osíndices voltaram a subir “;, comenta.
Semana da Mulher 2018 -; A apresentação do Perfil da Mulher Bancária faz parte da programação da Semana da Mulher, promovida há 10 anos pelo SindBan e traz como tema: #NenhumaAMenos, cuja proposta busca discutir e refletir sobre a necessidade de lutar pela vida das mulheres e por defender os direitos conquistados e a democracia. A programação vai até a próxima quarta-feira (14).