A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), sindicatos dos bancários e representantes dos empregados da Caixa Econômica Federal se reuniram na quarta-feira (10) com representantes de movimentos sociais, especialmente os de luta por moradia, para definirem o calendário de lutas do Comitê Estadual em Defesa da Caixa Econômica Federal.
A primeira atividade já ocorre na sexta-feira (12), dia do aniversário da Caixa. “;Vamos realizar um grande ato na avenida Paulista para fazermos o lançamento público de nosso comitê “;, informou Dion ísio Reis coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa). “;Estamos preocupados com o destino que estão desenhando para o banco, que coloca em risco o Minha Casa Minha Vida, o FGTS, o Bolsa Fam ília e diversas outras pol íticas voltadas à população mais carente. O aniversário da Caixa é o melhor momento para destacarmos a importância da manutenção da Caixa como banco 100% público “;, acrescentou.
“;A manutenção da Caixa como um banco 100% público é um instrumento do qual não podemos abrir mão para o desenvolvimento socioeconômico do pa ís. Afina, com isso as pol íticas habitacionais voltadas para a população de baixa renda, por exemplo, somente são poss íveis devido ao caráter público do banco “;, lembrou o dirigente sindical e bancário da CEF, Ubiratan Campos do Amaral.
Pol ítica de Estado
Para Evaniza Rodrigues, da coordenação da União de Movimentos de Moradia, além da manutenção da Caixa 100% pública, é preciso que o governo tenha interesse em atender a demanda por moradias populares e destine recursos do orçamento para essa finalidade. “;O governo Temer está promovendo cortes no orçamento de todas as áreas sociais. Diz não ter dinheiro para a Saúde, para Educação, para a área habitacional, mas isenta empresas e empresários do pagamento de impostos, não cobra ou, pior, perdoa d ívidas dos grandes devedores. é um governo que não tem interesse em resolver os problemas sociais e, mais do que isso, quer acabar com todas as ferramentas que possam permitir que um futuro governo atenda a estas demandas. Por isso quer acabar com a Caixa, com a Eletrobras e todas as demais empresas públicas. Não podemos permitir que isso aconteça “;, disse.
Evaniza lembrou também da importância da Caixa para a garantia de acesso da população de baixa renda aos serviços bancários. “A Caixa chega onde os bancos privados não chegam, como pequenas cidades, bairros da periferia, assumindo a responsabilidade pelo pagamento de benef ícios sociais nestas localidades. Mesmo nos grandes centros, muita gente não consegue abrir conta nos bancos privados. Cabe à Caixa e demais bancos públicos a garantia desse direito”, afirmou.
Cartilha
As ações serão realizadas em frente às agências da Caixa, mas em toda a extensão da avenida Paulista haverá distribuição de materiais que explicam a importância dos bancos públicos e da Caixa especificamente. As entidades de representação dos trabalhadores também desenvolveram uma carta aberta, que será entregue à população para explicar o motivo da manifestação.
Caixa em São Paulo
No estado de São Paulo, somente Banco do Brasil e Caixa operam 26,5% do total de crédito ofertado. A Caixa, em 2016, pagou mais de R$ 2,6 bilhões em benef ícios do Bolsa Fam ília a 1.480.090 fam ílias, 8,8% da população paulista. Só via programa Minha Casa Minha Vida, operado pela Caixa, foram 883 mil unidades contratadas e 600 mil entregues no estado, resultado de um investimento de R$ 76 bilhões.
Novo ato
No dia 18, os empregados da Caixa e movimentos sociais retornam à Avenida Paulista para um novo grande ato em defesa da Caixa 100% Pública, da sua função social e dos seus empregados. Será feita distribuição de cartilhas e informativos ao longo de toda a via sobre a importância do banco público para a sociedade e pela valorização dos bancários.