São Paulo – O ano era 1951. Depois de várias tentativas frustradas de acordo com os banqueiros, a categoria bancária decidiu entrar em greve em todo o pa ís. A reivindicação era 40% de reajuste salarial. Mesmo reprimido pela pol ícia e boicotado pela m ídia, o movimento durou 69 dias. A resistência foi, sobretudo, dos bancários da capital paulista, onde já se concentrava a maioria dos trabalhadores do setor financeiro. A decisão coube à Justiça, que concedeu 31% de aumento após rever os cálculos da inflação.
A mobilização foi um marco na história da categoria e resultou na criação de vários sindicatos pelo Brasil. Desde então, comemora-se o Dia do Bancário em 28 de agosto.
“;Temos muito do que nos orgulhar “;, diz a presidenta do Sindicato, Ivone Silva. “;E isso não apenas pelo acúmulo de conquistas que nossa mobilização nos proporcionou, como jornada de seis horas, descanso aos sábados, vales refeição e alimentação e muitos outros direitos previstos em uma CCT com validade em todo o pa ís. Mas também porque, ao longo de um século, a organização dos trabalhadores bancários foi fundamental na construção da história brasileira. Seja lutando em defesa da democracia, da soberania do pa ís, por inclusão social e cidadania; seja resistindo contra o autoritarismo, o conservadorismo, a concentração de riquezas e a exploração. “;
Fortalecer a luta -; A dirigente destaca que o per íodo que estamos vivendo, com o golpe em 2016, é de retirada de direitos e de entrega do patrimônio brasileiro. E que diante desse cenário, a resposta dos bancários será fortalecer a luta. “;A herança do golpe é o sucateamento do Banco do Brasil e da Caixa. A venda das nossas terras e nossa matriz energética. A terceirização irrestrita [lei 13.429/2017] e o ataque aos direitos trabalhistas. Mas vamos responder com mais mobilização, em defesa dos bancos públicos, pela manutenção dos empregos e pela democracia no pa ís. “;
“;Vamos continuar lutando pela manutenção e ampliação de nossos direitos. Por isso, entregamos à Fenaban um termo de compromisso que garanta respeito às cláusulas da nossa CCT. E o acordo de dois anos, que conquistamos em 2016, se mostrou ainda mais acertado porque nos deu fôlego para organizar a resistência contra os ataques da nova lei trabalhista “;, acrescenta Ivone.