22/05/2017 – 16:30
Dirigentes sindicais receberam o superintendente de Relações do Trabalho e o gerente de Relações Sindicais do Itaú
Dialogar. Esse foi o objetivo do encontro, que aconteceu na manhã desta segunda-feira (22), entre os dirigentes sindicais do SindBan (Sindicato dos Bancário de Piracicaba Região), o superintendente de Relações do Trabalho, Marco Aurélio de Oliveira e o gerente de Relações Sindicais do Itaú, Romualdo Garbos. Um a um, os diretores pontuaram todos os problemas e denúncias relacionados ao banco Itaú. Transferências de bancárias após voltarem da licença-maternidade, falta de gestão humana e assédio moral foram algum dos questionamentos respondidos pelos representantes do banco.
Segundo a diretora de saúde do SindBan, Olivia Brossi, o Núcleo de Ação Saudável do Sindicato vem recebendo mães bancárias, que após a licença-maternidade, são transferidas de cidade. “;No momento que elas mais precisam estar próximas de seus filhos, principalmente as ‘mães de primeira viagem’, o banco transfere as profissionais para outra cidade, mesmo o seu cargo estando dispon ível “;, explicou. Em reposta, o superintendente prometeu avaliar todos os casos e comentou sobre a pol ítica de acolhimento do Itaú. “;Queremos entender cada caso, pois o Itaú tem uma pol ítica de acolhimento das mães que voltam da licença maternidade, acolher não é realocar “;, comentou.
Outra situação, apontada pelo sindicalista e diretor do SindBan, Paulo Coan, foi a afirmação de alguns gestores da região, que garantiram que os profissionais com 30 anos, que exercem a função de caixa, não receberão promoção. Segundo Oliveira, essa posição não é a do Itaú, já que essa é uma forma de liderança que desmotiva os profissionais. Outros problemas de assédio moral também foram retratados pelos diretores: humilhação em público, cobrança diária no whatsapp e a escolha do ‘Craque da Semana’.
Para o gerente de Relações Sindicais, é um desafio profissional aprimorar as formas de gestão. “;Gestor que não se preocupa em desenvolver a sua equipe, estar próximo e trabalhar para o crescimento, não é um bom gestor. Nossa tarefa de casa é estudar formas de resgatar e treinar esses profissionais “;. Em relação a cobrança de meta, Oliveira comentou que o whatsapp não tem discussão, já que a proibição está no Acordo Coletivo dos bancários. “;Quando falamos de ‘Craque da Semana’, na minha opinião, é necessário avaliar de que forma essa escolha está sendo vista pelos bancários. Exaltar é algo necessário, para você estimular os bons profissionais, mas se esse reconhecimento está desmotivando outros é preciso ser feito de outra forma. é necessário achar um equil íbrio, cm bom senso e respeito “;, comentou.
Horas Extras
Segundo o superintendente, para que o direito e a saúde do trabalhador sejam resguardados, o bancário não pode fazer mais de duas horas extras por dia. “;Essa pol ítica foi adotada pelo Itaú para respeitar um direito do trabalhador “;, comentou Oliveira.
Bancário Eficiente
A diretora de Assuntos da Pessoa com Deficiência do SindBan, Let ícia Françoso, apresentou o Bancário Eficiente aos representantes do Itaú e relatou a falta de acessibilidade das agências do Itaú. “;Em n ível de contratação, o banco não está ruim, mas na estrutura f ísica dos prédios sim. Outra questão, é a demissão de 2 PCDS sem reposição, em uma agência da cidade de Piracicaba. Quando há desligamento sem justa causa, a nova contratação precisa ser imediata, não necessariamente na mesma agência, mas ela precisa ocorrer “;, explicou.
Let ícia também questionou o Banco Central de Curr ículos do Itaú. Segundo a sindicalista, a medida é ótima para as pessoas sem deficiência, mas para pessoas com deficiência não é acess ível. “;Muitas instituições justificam que não as vagas não são preenchidas por falta de capacidade profissional, mas se você cria um sistema para o preenchimento de curr ículo que não é acess ível, como o PCD vai se inscrever. O programa não é aptado para deficientes visuais e auditivos “;, comentou.
Oliveira comentou que há mais de 3900 bancários PCDS nas agências do Itaú e que a instituição já ultrapassou a barreira de apenas bater contas para seguir uma cultura efetiva de inclusão. “;Nós não t ínhamos conhecimento de que o Banco Central de Curr ículos não é acess ível, com toda certeza, é algo que precisa ser revisto e adaptado “;, comentou.
Alinhamento
Para o presidente do SindBan, José Antonio Fernandes Paiva, o diálogo é uma das principais ferramentas para que o movimento sindical consiga, junto com os bancos, transformar as agências em excelentes locais de trabalho. “;Nós estamos preparamos para debater o modelo de dirigente sindical, nós queremos alinhar os pensamentos e buscar a melhor forma de trabalhar pela categoria bancária. Estamos abertos para a conversa, o diálogo, pois não existem lado e nem bandeiras, mas sim a responsabilidade de lutar por uma categoria “;, comentou.