15/05/2017 – 9:30
Promovido pelo Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região, a terceira fase do projeto teve in ício nesta sexta-feira (12)
Autonomia talvez seja uma palavra irrelevante para muitas pessoas. Andar pelas ruas, utilizar o transporte público, ter acesso a livros ou até mesmo abrir uma conta corrente faz parte da rotina dos brasileiros, mas não é tão simples assim para todos. A falta de acessibilidade e inclusão das cidades e estabelecimentos faz com que as pessoas com deficiência, que compõem 24% da população brasileira, não consigam realizar com independência serviços que deveriam ser inclusivos por direito.
Em Piracicaba, por exemplo, nenhuma das 67 agências bancárias atende todos os critérios de acessibilidade, mesmo a inclusão da pessoa com deficiência sendo Lei. O mapeamento foi realizado pelo projeto Bancário Eficiente do SindBan (Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região), que entrou na sua terceira fase na manhã desta sexta-feira (12). O estudo inédito, realizado no in ício de 2016, visitou e encaminhou as mudanças necessárias para cada agência e agora vai fiscalizar as reformas e adaptações realizadas nas instituições.
No primeiro dia de atividades, a diretora e secretária de Assuntos da Pessoa com Deficiência do SindBan, Let ícia Françoso, visitou a agência da Alfa Financiadora e três unidades do Banco do Brasil. Segundo a dirigente sindical, a financiadora realizou grandes melhorias, já o Banco do Brasil é um dos piores bancos para o atendimento da pessoa com deficiência. “;A Alfa realizou uma reforma e agora está atendendo praticamente todos os requisitos, é preciso ainda mais uma funcionária que fale a linguagem de sinais, placas de identificação em braile e a abertura de conta em braile. Já as três agências do BB que visitamos, não adaptaram quase nada “;, comentou.
Segundo o Gerente Geral Operacional da Alfa, Eduardo Santos, as melhorias foram propostas ao banco após a visita do Sindicato. “;Fizemos uma ampla reforma, adaptamos os espaços para que um cadeirante possa percorrer pela agência, melhoramos o banheiro para pessoa com deficiência, colocamos piso tátil e qualificamos uma profissional para a linguem de sinais. Alguns detalhes ainda não foram acertados por conta de estarmos esperando o material, já que a reforma ainda não chegou ao fim “;, comentou.
Apesar do apontamento para as melhorias, nenhuma das três agências do Banco do Brasil apresentaram mudanças significativas. Na unidade do Piracicamirim, por exemplo, para ter atendimento no caixa é necessário subir uma escada. Segundo a bancária Yvone Moretti, apesar da estrutura do prédio, nenhum cadeirante ou pessoa com mobilidade reduzida deixou de ser atendido. “;Não deixamos ninguém sair sem atendimento, quando um cliente com deficiência vem até a agência, pedimos para que o caixa desça atender. Vamos solicitar, novamente, para que o Banco atenda nossas sugestões e faremos o que for do nosso alcance “;, comentou.
A falta de piso tátil, caixa eletrônico não rebaixado, não diferenciação de envelope para depósito, função de áudio nas senhas quebradas, nos postos de retirada de senha e nos caixas eletrônicos, profissionais que não dominam a linguagem de sinais e falta de contrato em braile são os problemas mais enfrentados pelas pessoas com deficiência. Segundo a sindicalista, o principal objetivo do bancário é fazer com que a inclusão seja respeitada e que as pessoas com deficiência tenham acesso e acessibilidade em todos os locais da sociedade.
“;A acessibilidade é um direito não só do cliente com deficiência, mas também do bancário PCD, que precisa ter um ambiente de trabalho adaptado e adequado para ele realizar suas funções. Nós só transformamos o mundo em um local igualitário com inclusão. As pessoas com deficiência precisam ter autonomia e independência, é por isso que o Bancário Eficiente é tão bacana, pois ele quer fazer valer algo que é direito “;, comentou.