Greve Geral ficará para história, mas reformas ainda ameaçam

04/05 – 13:55

CUT mantém mobilização, prevê outra Greve Geral mais forte e uma grande marcha à Bras ília

Depois de 100 anos da primeira Greve Geral no Brasil que determinou conquistas fundamentais para a classe trabalhadora, como a jornada de 8 horas e a proibição do trabalho infantil, a Greve Geral de abril de 2017, que aconteceu na última sexta (28), apesar de ter sido considerada histórica pelos dirigentes CUT nacional, não foi suficiente para barrar as Reformas Trabalhista e Previdenciária que tramitam no Congresso Nacional.

Segundo o DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) a Reforma da Previdência pode ser votada em primeiro turno em 16 de maio na Câmara e a Reforma Trabalhista, que já foi aprovada pelos deputados e agora tramita no Senado Federal pode ser votada até o final de maio. O DIAP alerta que para ambas as reformas o governo pode utilizar instrumentos para acelerar a votação, como o regime de urgência no caso da Trabalhista e de Previdência quebrar o prazo regimental de votação.

A direção executiva da CUT, que esteve reunida na sede da entidade em São Paulo nesta quarta (3), fez uma análise de balanço da Greve Geral e das manifestações no 1º de Maio e debateram os próximos passos para impedir esse governo ileg ítimo de Michel Temer, seus aliados e a m ídia de continuar governando contra a classe trabalhadora. Uma nova Greve Geral e a realização de uma grande manifestação em Bras ília estão no radar dos sindicalistas CUTistas.

A pauta da CUT, das centrais sindicais, dos movimentos sociais e populares que pararam o Brasil no dia 28 de abril foi clara: a favor da aposentadoria, da Consolidação das Leis Trabalhos (CLT) e consequentemente contra a Reforma da Previdência, que acaba com o direito a aposentadoria, e contra a Reforma Trabalhista, que acabam com a carteira do trabalho.

“;Não foi uma greve sindical, foi uma greve da classe trabalhadora. Os ônibus não sa íram das rodoviárias em vários munic ípios desse pa ís, mas os trabalhadores e as trabalhadoras não estavam lá nos terminais esperando o ônibus. Ficaram em casa! Ruas, rodovias, estações estavam vazias “;, disse a vice-presidenta da CUT, Carmen Foro.

Segundo a Secretária de Pol íticas Sociais e Direitos Humanos, Jandyra Uehara, a repercussão da m ídia tradicional brasileira foi p ífia. “;A cobertura internacional foi ótima. Um grande jornal Frances deu na manchete principal “;o grande salto para trás no Brasil “; se referindo ao governo ileg ítimo de Michel Temer “;, completou Jandyra.

Foi debatida também a questão do aumento da repressão nas manifestações das trabalhadoras e dos trabalhadores que lutam por seus direitos. O Secretário Adjunto de Meio Ambiente da CUT, Milton Rezende frisou que a violência é uma opção de enfrentamento da policia e não da classe trabalhadora. “;A tentativa de assassinato que aconteceu em Goiânia com o caso do jovem Matheus não é uma luta que nós vamos fazer. Nós escolhemos lutar com o povo. Escolhemos parar o Brasil, fazer a Greve Geral e mostrar nossa força nas ruas “;, completou.

Outras repressões foram citadas, como o caso do ataque policial aos ind ígenas e a violência no campo, que tem aumentado no último per íodo.

Dirigentes também lembraram que os deputados que votaram ou vão votar contra a classe trabalhadora terão seus rostos e nomes estampados nas ruas e nas redes para não se elegerem na próxima eleição.

O diretor executivo Júlio Turra comentou sobre a pesquisa Datafolha que diz que 78% dos brasileiros são contrários à Reforma da Previdência, 58% acham que terão menos direitos com a Reforma Trabalhista e 85% defendem Diretas Já, portanto Fora Temer. “;Nós ganhamos o debate da opinião pública e agora é manter a mobilização e não aceitar nenhum acordo com essas propostas. Nossa luta é e sempre será por nenhum direito a menos “;, completou.

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