COE do Itaú discute condições de trabalho das agências digitais

16/02/2017 – 15:20

Encontro entre os dirigentes sindicais aconteceu na manhã desta quarta-feira (15), na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo

Na manhã desta quarta-feira (15), os diretores do SindBan (Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região), Hereunice Parizoto, Marcelo Abrahão e Claudio Fazanaro, participaram da reunião da Comissão de Organização de Empresa do Itaú-Unibanco, que aconteceu na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, na capital paulista. O encontro discutiu emprego, demissões, saúde e condições do trabalho dos bancários da instituição.

Um dos temas mais abordados por dirigentes sindicais do Brasil inteiro foram as agências digitais. Criada para que os correntistas sejam atendidos por gerentes em horário estendido de forma online ou remota, sem a necessidade de se deslocar até uma agência, a iniciativa vem preocupando os sindicalistas. Segundo o diretor do SindBan, Marcelo Abrahão, há vários pontos que precisam ser revisados.

“;O fato do contato ser online faz com que o cliente não estabeleça o horário comercial como per íodo para ser atendido, ele vai querer tirar suas dúvidas assim que elas surgirem. Principalmente por não ter a presença f ísica do seu gerente, o que gera uma insegurança “;, explicou Abrahão. Além da jornada de trabalho, o dirigente sindical ainda comentou sobre ergonomia do trabalho.

“;é preciso ser feito uma vistoria nas agências digitais, para que possamos avaliar as condições de trabalho desses bancários, que estão trabalhando mais de seis horas com headset e duas telas de computador, os bancários estão sendo tratados como máquinas, assediados para baterem suas metas “;, comentou o dirigente sindical.

Bancários e o movimento sindical

Para o assessor jur ídico da Contraf-CUT e dirigente sindical do Sindicato dos Bancários de Campinas, Mauri Sergio Martins de Souza, as agências digitais também afastam o movimento sindical dos bancários. “;Existe uma dificuldade muito grande de contato com esses trabalhadores, os bancos estão dificultando cada vez mais esse relacionamento. Precisamos criar formas de atualização da comunicação sindical, para que possamos levar informações para esse público de uma outra forma “;, defendeu.

O grande número de demissões e fechamento de agências também foi discutido no encontro. Dados levantados pelas federações apontaram números preocupantes. Na base sindical do Rio de Janeiro, por exemplo, no per íodo de 1 de janeiro a 31 de agosto ocorreram 618 demissões, só na cidade maravilhosa foram 444. Segundo a dirigente sindical do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Josenilda Araújo, as queixas são as mesmas em todo o pa ís. “;O Itaú comete a mesma covardia no Brasil inteiro, inúmeras demissões, entre elas, muitas sem justa causa “;, defendeu.

Festa de 30 anos

Segundo o dirigente sindical, Mauri Sergio Martins de Souza, as festas de 30 anos, que homenageavam os funcionários que completassem três décadas de casa, foram extinguidas pela instituição. Considerada uma tradição pela empresa, a homenagem já não foi realizada em 2016. “;Não temos informações se o Itaú tem programado outra forma de reconhecer o trabalho destes funcionários “;, explicou.

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