Integrantes da COE Itaú rebatem declarações do presidente do banco sobre demissões em massa

 Banco tenta justificar a ação ao desqualificar publicamente mais de mil trabalhadores demitidos

 

Integrantes da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú manifestaram repúdio às declarações feitas pelo presidente do banco, Milton Maluhy Filho, o executivo afirmou que parte dos mais de mil trabalhadores demitidos em setembro teriam feito “um péssimo trabalho”, além de alegar que muitos deles “admitiram ter outros empregos” e “pediram desculpas” pela suposta má conduta.

De acordo com a COE, as falas do presidente do Itaú são uma tentativa de justificar uma ação arbitrária, cruel e injustificável. Do dia para a noite, trabalhadores que haviam sido reconhecidos como destaques e até promovidos receberam uma comunicação de desligamento por baixa produtividade. Foi exatamente isso que aconteceu no dia 8 de setembro, quando o banco realizou um processo de demissão em massa de mais de 1.100 pessoas.

Em plenária no Sindicato dos Bancários de São Paulo com 400 dos demitidos, eles revelaram uma realidade completamente diferente da apresentada pelo banco, nenhum dos participantes relatou ter sido ouvido ou advertido antes da demissão, ao contrário, muitos estavam entre os mais bem avaliados de suas equipes.

De acordo com a COE, o próprio Itaú, em audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho, fez proposta de pagamento de verbas financeiras aos desligados, o que contradiz a narrativa de desvio de conduta.

A COE Itaú classificou como “bizarra e ofensiva” a tentativa do banco de desqualificar publicamente trabalhadores que, até pouco tempo, eram motivo de orgulho interno.

“É desrespeitoso, que o presidente de uma grande instituição, atribua culpa aos demitidos e espionados – de forma irregular; o Itaú sempre foi uma instituição constituída por pessoas que cuidam de pessoas, já passou da hora da diretoria, também ‘feita’ por pessoas, fazer um resgate histórico e reaprender o que realmente as pessoas significam para uma empresa”, pondera o diretor do Sindicato dos Bancários de Piracicaba e região, Marcelo Abrahão.

Ainda segunda a COE, após as demissões, quem ficou dentro do Itaú vive sob vigilância constante, sem saber quais critérios estão sendo usados para medir o desempenho. É um cenário de insegurança total.

Para a COE, o episódio expôs a urgência de um debate sério sobre os métodos de controle abusivos e invasivos utilizados por bancos, especialmente com o avanço da Inteligência Artificial (IA) e da geolocalização. Estamos diante de uma invasão de privacidade que afronta as leis e agrava o adoecimento no trabalho bancário. O caso do Itaú é um alerta para todo o sistema financeiro.

Apesar de toda a pressão, a mobilização dos sindicatos e a união dos trabalhadores garantiram um acordo financeiro para os demitidos — uma conquista que, segundo a COE, revela que a resistência continua sendo o melhor caminho. O Itaú tentou calar 1.100 trabalhadores, mas não conseguiu. A verdade apareceu, e a luta segue. É a força coletiva que permite enfrentar o abuso e defender a dignidade de cada bancário e bancária.

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