Itaú anuncia substituição de gerentes por Inteligência Artificial – Sindicatos cobram transição justa

 

Plataforma digital com IA Generativa promete autonomia aos clientes, mas levanta preocupações sobre empregos, atendimento humano e impactos sociais

 

O Itaú Unibanco anunciou nesta segunda-feira (21) o lançamento do aplicativo Itaú Emps, uma nova plataforma digital voltada a micro e pequenos empreendedores com faturamento entre R$ 200 mil e R$ 3 milhões por ano. O aplicativo promete oferecer atendimento automatizado e personalizado com base em Inteligência Artificial Generativa (IA Generativa), eliminando gradativamente o papel dos gerentes físicos no relacionamento com esses clientes.

A proposta é substituir o atendimento humano por um modelo de autosserviço digital, em que o cliente acessa diretamente as informações e orientações financeiras via aplicativo, com suporte da IA para decisões sobre fluxo de caixa, receitas, despesas e crédito.

A Inteligência Artificial Generativa é um ramo da IA que vai além da simples análise de dados: ela é capaz de criar novos conteúdos, simular cenários, escrever textos, compor músicas, gerar imagens ou — como no caso do Itaú — sugerir decisões financeiras com base nos dados do cliente. Essa IA aprende a partir de grandes volumes de informação (como históricos de transações) e gera respostas personalizadas, que antes só seriam possíveis com ajuda humana.

Esse tipo de tecnologia vem avançando rapidamente, e ainda causa receio na sociedade, especialmente por seu potencial de substituir empregos e provocar transformações profundas em diversas profissões. Muitas pessoas temem a perda do vínculo humano, a precarização das relações de trabalho e o risco de decisões automatizadas desconsiderarem aspectos subjetivos e humanos.

No dia 28 de julho, o Comando Nacional dos Bancários se reunirá com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para debater o uso de novas tecnologias no setor. A pauta inclui justamente o impacto da Inteligência Artificial nas relações de trabalho.

“Defendemos uma transição justa para o modelo de Inteligência Artificial — que preserve os empregos bancários, focando na responsabilidade social como o próprio banco prega em suas propagandas, que vem sendo esquecida pelo Itaú e assegure um futuro com trabalho decente e distribuição equilibrada dos ganhos de produtividade”, destacou José Antonio Fernandes Paiva, presidente do Sindicato dos Bancários de Piracicaba e região.

O desenvolvimento da IA precisa ser acompanhado de responsabilidade social e diálogo com os trabalhadores, especialmente em setores como o bancário, onde o atendimento personalizado e a confiança no relacionamento sempre foram diferenciais importantes.

 

 

 

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