Banco se compromete a encaminhar as solicitações para as áreas responsáveis e a retornar com uma resposta em breve
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú se reuniu em São Paulo na terça-feira (11) com a direção do banco para discutir o reajuste do Programa Complementar de Resultados (PCR) e desafios no programa de gestão GERA.
Durante o encontro, o banco apresentou um histórico das negociações do PCR, enquanto os representantes sindicais destacaram perdas acumuladas, especialmente em relação ao reajuste da categoria e ao INPC.
Apesar do crescimento do lucro do Itaú, os valores pagos no PCR não acompanham essa evolução. A COE defendeu que o reajuste reflita a isenção fiscal da PLR, mas o banco alegou que os valores foram definidos em negociações anteriores e negou prejuízos aos trabalhadores.
“O banco tem registrado lucros bilionários ano após ano, porém o PCR não acompanha essa realidade. Esperamos, no mínimo, um reajuste que esteja à altura do crescimento da instituição”, ressaltou Marcelo Abrahão, diretor do Sindicato dos Bancários de Piracicaba e região.
Outro ponto de destaque foi a primeira reunião do Grupo de Trabalho (GT) do GERA, programa de gestão e avaliação de desempenho dos funcionários. A COE apresentou ao Itaú uma série de falhas e dificuldades enfrentadas pelos bancários e cobrou soluções imediatas. Entre os principais problemas apontados estão:
Dificuldades no acesso ao ‘Fale com GERA’: funcionários precisam recorrer a controles paralelos, como prints de tela, para abrir ocorrências, pois muitos pedidos são considerados improcedentes e as respostas são automatizadas e pouco resolutivas.
Sistema de Qualidade de Vendas (SQV): trabalhadores são penalizados injustamente por denúncias consideradas improcedentes. A outra reclamação é a penalização para a agência que originou a ocorrência – funcionário veio transferido de outra agência e a penalização caiu para a agência receptora.
Metas desiguais e abusivas: agências menores possuem metas iguais ou superiores às de unidades maiores, sem considerar a realidade operacional.
Pressão excessiva: apesar de o GERA ser trimestral, há cobranças diárias e mensais, criando um ambiente de trabalho hostil.
Programas paralelos de premiação: campanhas internas criam disputas desleais entre os bancários e aumentam a pressão.
Demora na divulgação de resultados: as agências enfrentam dificuldades devido ao atraso na publicação dos dados de desempenho.
Pontuação mínima ineficaz: os 1.000 pontos, considerados como garantia de empregabilidade, na prática não são suficientes, gerando cobranças constantes para atingir patamares mais altos.
Atualização do VB: segmentos como o Personnalité não recebem atualização de valores há mais de três anos.
Espelhamento de vendas: a COE solicitou que o prazo para efetivar uma venda registrada seja ampliado de 7 para 14 dias.
O banco se comprometeu a levar as demandas para análise da área responsável e, na próxima reunião, um gestor do programa estará presente para prestar esclarecimentos e discutir possíveis ajustes.