Contraf-CUT enviou ofício ao banco cobrando a manutenção dos salários
Após a mesa de negociação realizada na sexta-feira (31), o Banco do Brasil informou que 3.407 funcionários seguirão atuando e recebendo a comissão de caixa. A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) ressaltou que essa conquista é fruto da mobilização sindical. Além disso, cerca de 2.000 bancários conseguiram incorporar a gratificação de caixa ao salário, assegurando maior estabilidade financeira para esses profissionais.
Entre esses trabalhadores, 263 tiveram a incorporação da gratificação revista e foram enquadrados após a reunião entre a CEBB e o banco na semana passada.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Piracicaba e região, José Antonio Fernandes Paiva, considera que, “os avanços são significativos, mas precisamos seguir lutando e garantindo que os acordos da Campanha Nacional sejam realmente cumpridos efetivamente, os bancários precisam ter seus empregos assegurados e suas funções devidamente remuneradas”, explica Paiva.
Desde 2021, o movimento sindical tem atuado para proteger os direitos dos caixas. Naquele ano, o BB anunciou a extinção da gratificação, mas a Contraf-CUT ingressou com uma ação judicial para garantir a manutenção dos salários. Já em 2024, durante a Campanha Nacional, o banco se comprometeu a não alterar a gratificação dos caixas, considerando que a remuneração compensa a maior responsabilidade da função e possíveis diferenças no caixa.
Atualmente, cerca de 900 funcionários ainda não conseguiram se realocar dentro da estrutura do banco, a Contraf-CUT enviou um ofício ao BB cobrando a manutenção dos salários desses trabalhadores até que possam ser realocados. O movimento sindical também tem solicitado mais transparência no processo de relocação, já que alguns funcionários não conseguem visualizar as vagas disponíveis em suas regiões. Por isso, foi pedido ao banco que forneça um mapa dessas vagas para garantir que ninguém fique sem opção.
A Contraf-CUT destacou a importância de assegurar a manutenção dos salários durante esse período de transição. O Banco do Brasil tem condições de garantir que nenhum trabalhador sofra perdas salariais. Trata-se de profissionais que dedicaram anos ao banco e não podem ser penalizados por uma reestruturação. Manter o salário desses colegas até que encontrem uma nova posição é o mínimo que se espera de uma instituição desse porte.
Além disso, fruto do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), mais de 10 mil funcionários foram nomeados para novas vagas, garantindo ascensão profissional e aumento salarial para esses bancários.
Durante a negociação, o BB também assegurou que o programa Talento e Oportunidade (TAO), criado para estabelecer critérios claros e objetivos na seleção de vagas, continuará sendo respeitado. De acordo com o banco, o programa já está sendo utilizado nos processos de ascensão profissional, promovendo maior transparência e equidade nas oportunidades de crescimento dentro da instituição.
A Contraf-CUT orienta que os caixas que ainda não tiveram sua incorporação reconhecida solicitem a revisão por meio do canal de atendimento Gepes. Caso a solicitação seja negada, os trabalhadores devem procurar seu sindicato para os devidos encaminhamentos.
Lucas Passos de Lima, diretor do SindBan, ressalta que “este é apenas o primeiro passo, mas não devemos nos acomodar. É fundamental que continuemos a trabalhar para garantir que o Banco do Brasil cumpra os acordos da Campanha Nacional 2024”, conclui Lucas.