O Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região lançou na última terça-feira, 6, com uma manifestação em frente ao Banco Itaú, na praça José Bonifácio, uma Campanha de Proteção e Respeito aos Bancários. A iniciativa é uma resposta ao aumento de casos de agressão, verbal e física, aos trabalhadores durante o atendimento nas agências bancárias da cidade e região.
“Temos recebido relatos de bancários vítimas de xingamentos e, infelizmente, até agressões físicas durante o trabalho nas agências, e essa é uma situação inadmissível”, afirmou José Antonio Fernandes Paiva, presidente da entidade, durante a manifestação.
Paiva salientou que o objetivo é dialogar com os clientes e com os bancários, num trabalho de conscientização sobre o tema. A entidade já iniciou nesta semana visitas a agências em todas as 22 cidades que compõem a sua base, e a expectativa é realizar conversas e distribuir uma carta aberta sobre o tema, que possui uma versão direcionada aos clientes e outra aos bancários.
“Nós estamos alertando que a agressão é um crime previsto no Código Penal, com previsão também de indenização por danos morais, conforme a legislação civil. Enquanto Sindicato temos o dever de defender a integridade física e moral dos trabalhadores e vamos fazer o que estiver ao nosso alcance para isso”, observou o dirigente.
Além do trabalho de conscientização, a entidade tem tomado iniciativas sempre que é notificada de algum caso. O Sindicato recomenda o registro de boletim de ocorrência policial, faz contato com o banco, exigindo apuração e as providências legais cabíveis, e ainda aciona uma rede de proteção aos trabalhadores, com assistência jurídica, social e de saúde.
A campanha tem como mote as ideias de que “A falta de respeito dos banqueiros não pode ir pra ‘conta’ dos bancários” e “A integridade, física e psicológica, dos bancários e bancárias é da ‘nossa conta”. Os materiais explicam que os funcionários não são os responsáveis pela demora e outros problemas no atendimento, pois trabalham a partir de definições tomadas pelas direções dos bancos.
Paiva observa que o fechamento de agências e a redução do número de funcionários acaba precarizando o atendimento e gerando reclamações que se voltam contra os bancários. Segundo ele, os funcionários estão bastante sobrecarregados, trabalhando com metas abusivas e com condições muito abaixo das ideais, o que prejudica o ambiente nos espaços de atendimento ao público.
A vice-presidente da entidade, Angela Savian, reforçou a crítica aos bancos, que com suas políticas de demissões e fechamento de agências, prejudicam a qualidade do atendimento aos clientes, ampliando a insatisfação.
“Os bancos só querem ver o lucro, não estão preocupados se o cliente está sendo bem atendido ou não, se tem falta de funcionários ou não. Ele quer que o cliente compre os produtos da sua instituição, pague taxas exorbitantes, e é isso que importa pra ele. Não importa se o trabalhador está sendo ofendido, se o cliente está sendo mal atendido”, enfatizou.
Além dos materiais de mídia (cartaz, banner, folhetos, faixas, vídeos) e das visitas às agências, o Sindicato organizou uma agenda de contato com agentes de segurança pública da cidade, para informar sobre a situação enfrentada pela categoria e definir estratégias conjuntas diante de situações de agressão.