O Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região completa 64 anos neste domingo. Nasceu no dia 22 de outubro de 1959, como Associação dos Bancários de Piracicaba, sob a liderança do bancário Gelson Aparecido Diniz, do Bradesco. Mas, rapidamente a entidade foi transformada em Sindicato, em 1961. Representa hoje cerca de dois mil trabalhadores, presentes em 22 cidades, e além da sede em Piracicaba, possui subsedes em Capivari, Santa Bárbara d’Oeste, São Pedro e Tietê.
Em sua inserção regional, o SindBan está presente em Piracicaba, Águas de São Pedro, Charqueada, Santa Maria da Serra, São Pedro, Saltinho, Rio das Pedras, Rafard, Capivari, Pereira, Jumirim, Mombuca, Laranjal Paulista, Tietê, Cerquilho, Bofete, Anhembi, Pardinho, Porangaba, Santa Bárbara D’Oeste, Maristela e Conchas.
O Sindicato conta com ampla sede em Piracicaba, na rua Boa Morte, 1457 (Centro) e subsedes nas cidades de Capivari, Santa Bárbara d`Oeste, São Pedro e Tietê para melhor atender aos trabalhadores do sistema financeiro.
(A sede do SindBan, em Piracicaba; Paiva e Angela Savian; Presença em mobilização pela duplicação da SP 304, em 1997; Manifestação contra assédio e racismo, no Itaú, em 2009.)
“Nosso Sindicato tem uma história muito rica, que se entrelaça com a trajetória de organização e fortalecimento do movimento sindical brasileiro. Desde a sua criação, enfrentou os difíceis tempos da Ditadura Militar, entre 1964 e 1985, e foi protagonista na reconstrução da democracia e dos direitos sociais para os trabalhadores e trabalhadoras”, afirma o seu presidente José Antonio Fernandes Paiva.
O Sindicato participa ativamente do Instituto Intersindical de Piracicaba, no qual ocupa atualmente a vice-presidência, da Feeb SP/MS (Federação Estadual dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul), também ocupando a vice-presidência, e de todos os órgãos de mobilização da categoria nas campanhas salariais, com destaque para o Comando Nacional dos Bancários.
Graças a essa inserção e ao trabalho de mobilização local, a categoria bancária conta com uma das mais completas convenções coletivas de trabalho vigentes. “Nós temos garantido não só reajuste e aumento de salários, mas também benefícios sociais e econômicos, como a PLR (participação nos lucros e resultados), e cláusulas de proteção do emprego, saúde e condições de trabalho”, explica Paiva.
Em âmbito local, a entidade também está inserida em diversos órgãos que debatem temas de interesse da cidade. Seus diretores integram conselhos nas áreas de saúde, mobilidade urbana, segurança alimentar, direitos da pessoa com deficiência, trabalho, emprego e renda, expansão e desenvolvimento industrial e comercial, segurança comunitária, entre outras.
Está presente também em mobilizações mais amplas da sociedade local e regional, como atualmente no movimento pela instalação de uma universidade federal em Piracicaba, no campus Taquaral da Unimep. “Nosso Sindicato mantém uma militância social em defesa da cidadania e dos direitos sociais”, explica Paiva.
Outra vertente de atuação da entidade está ligada ao oferecimento de benefícios diretos aos associados. Atualmente, o Sindicato mantém mais de 70 convênios e ainda o atendimento direto em assessoria jurídica e no Núcleo de Saúde e Qualidade de Vida, com profissionais de psicologia, nutrição, osteopatia, quiropraxia, assistente social e o Espaço Beleza.
Os primeiros anos
O Sindicato dos Bancários de Piracicaba foi criado em 22 de outubro de 1959. Nasceu como Associação dos Bancários de Piracicaba, a partir da ação de um grupo de trabalhadores que pretendia dar respaldo à categoria, numa iniciativa liderada pelo bancário Gelson Aparecido Diniz, do Bradesco.
A associação foi transformada em Sindicato em 1961, tendo como primeiro presidente Mário José de Lima Dantas, do Banco do Brasil, que permaneceu no cargo até 1964, quando a entidade sofreu intervenção do regime militar.
Após o período de intervenção, em 1965 a presidência foi assumida por Diocleciano Villar, também funcionário do Banco do Brasil, que comandou a entidade até 1967, e depois em um segundo período, entre 1976 e 1986. No intervalo entre seus mandatos o cargo foi assumido por Francisco Antonio Nascimento Toledo.
Em 1986, a presidência do Sindicato foi assumida pelo jovem bancário José Antonio Fernandes Paiva, do então Banco Nacional. Com apenas 27 anos, Paiva se destacou por sua atuação na gestão anterior, o que lhe garantiu a experiência e o respaldo necessários para o desafio.
O novo presidente havia ajudado a construir projetos inovadores e importantes, como o movimento “Ano do Despertar Coletivo”, em 1983. Foi também liderança decisiva na greve dos nove dias dos bancários de Piracicaba, em 1985.
Renovação
Os anos seguintes foram marcados por ampliação da entidade em termos de representação, estrutura e número de associados. A forma de gestão começa a ser modificada, com a busca por modelos mais colegiados, diretorias maiores e a presença de dirigentes mais jovens.
Nesta etapa destaca-se, a partir dos anos 2.000, o compromisso de ampliar a representatividade no interior das diretorias. Atualmente, por exemplo, o Estatuto prevê cotas de representação para as mulheres, para os negros, para os jovens e para as pessoas com deficiência.
Vale ressaltar que a atual vice-presidente, Angela Savian, neste contexto, foi a primeira mulher a ocupar a presidência do Sindicato, Ocuparam também o cargo Ademar Lorenzi, José Jaime Perin, Sandra Stefanovitz e Darci Cleto.
Além disso, adota-se o conceito de Sistema Diretivo, com a responsabilidade da gestão sendo compartilhada com todos os diretores, independente dos cargos. Da gestão atual, com mandato até 2025, participam 68 diretores.
Outro destaque é a estruturação do ponto de vista de espaços e recursos para atender os trabalhadores, incluindo a aquisição de sede própria e, principalmente, a implantação de um amplo leque de serviços e convênios para os associados.
No todo, hoje são oferecidos mais de 70 convênios e ainda o atendimento direto no Núcleo de Saúde e Qualidade de Vida, com profissionais de psicologia, nutrição, osteopatia, quiropraxia, assistente social e o Espaço Beleza.
Direitos dos trabalhadores e direitos sociais
O SindBan Piracicaba se caracteriza pela sua combatividade, engajamento social e capacidade de intervenção social e negociação.
No campo das lutas pelos direitos dos bancários atua em sintonia com o movimento nacional da categoria, integrando as entidades estaduais e nacionais e promovendo a participação dos bancários da nossa base nas campanhas salariais, paralisações e outras formas de mobilização.
Isso tem garantido conquistas históricas, como a jornada de 30 horas semanais, cláusulas econômicas como PLR, vale refeição, vale alimentação, auxílio creche/babá, e tantos outros, além de cláusulas inovadoras como combate ao assédio sexual e ao assédio moral, por exemplo.
De outro lado, é possível afirmar que “onde tem luta, tem o SindBan”, pois nosso Sindicato sempre participou ativamente em todas as grandes mobilizações sociais que ocorreram na cidade em defesa de temas como justiça social, meio ambiente, educação, saúde, democracia, diretos humanos, emprego e renda, entre outros.
O Sindicato participou, por exemplo, de campanha contra as drogas (em parceria com o Rotary Clube Piracicaba), campanha pela duplicação da rodovia Luiz de Queiróz (SP-304), campanha das Diretas Já, campanha pelo Impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, mobilização em defesa da filantropia do Hospital Fornecedores de Cana, movimento contra a instalação da usina Carioba II, e participa, atualmente, do movimento pela implantação de uma universidade federal em Piracicaba.
Perspectivas para o futuro
Os desafios para os próximos anos são muitos, e entre eles destacam-se questões como preservação do emprego, saúde e qualidade de vida, inovações tecnológicas e fortalecimento das entidades sindicais.
O combate à imposição de metas exageradas, que provocam adoecimento dos bancários e bancárias, tem sido uma prioridade, e passa tanto por cobranças legais como negociações no campo da melhoria e humanização na gestão de pessoas.
Outras ações importantes são a busca pela representação de todos os trabalhadores e trabalhadoras do ramo financeiro, projetos de formação e qualificação profissional, busca da autonomia sindical, com maior participação e sustentação financeira das entidades e ampliação e qualificação de parcerias e serviços aos associados.
Todos estes desafios estão ligados ao compromisso de luta por melhores salários, condições de trabalho, saúde e qualidade de vida para os bancários e bancárias.
Comemorações
As comemorações do aniversário estão acontecendo durante todo o mês, por meio de ações sindicais junto aos bancários nas agências, eventos na sua sede – como as reuniões de conselhos municipais – e também a participação dos diretores em atividades externas.
Neste sábado, 21, o Sindicato reuniu a categoria em um evento festivo, o SindBan Chopp Fest 6.4; e na segunda-feira, 23, realiza uma plenária especial do seu Sistema Diretivo, com a presença do presidente da Feeb SP/MS (Federação Estadual dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul), Davi Zaia.