Congresso instala inédita Frente Antirracismo

O Congresso Nacional instalou, nesta terça-feira (11), a Frente Parlamentar Mista Antirracismo, integrada por 36 senadores e 111 deputados federais, com a função de combater o racismo no Brasil. Como anunciou o senador Paulo Paim (PT-RS), autor da inciativa, “em toda a história da República, esta é a maior frente parlamentar mista já criada”.

O evento, para Paim, é simbólico para o Brasil. “Estou aqui há quase 40 anos, e é a primeira vez que estamos instalando uma frente mista de combate ao racismo. Na Constituinte, éramos quatro na bancada negra. Hoje estamos aqui com uma lista de cerca de 150 parlamentares”, disse o senador.

Coordenadora da coalizão, a deputada federal Dandara Tonantzin (PT-MG) afirmou que essa “é mais uma estratégia de aquilombamento do movimento negro brasileiro, para que a gente avance em uma agenda legislativa antirracista urgente”. Ela também garantiu que o objetivo é tornar a Frente “um instrumento para enfrentar o trabalho análogo à escravidão, o extermínio da juventude negra e o feminicídio que acomete principalmente as mulheres negras”.

Para o secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar, a criação da Frente mostra que as lutas antirracistas estão num momento histórico, mais favorável ao debate e à conquista de direitos, porém os movimentos sociais devem ampliar sua mobilização.

Como lembra Almir, “até poucos meses atrás, víamos o Estado atacar negros, mulheres, indígenas e outras minorias, e agora, neste novo cenário político, temos que continuar nossa luta com a mesma força, para aprofundar o debate e ampliar as reivindicações por uma sociedade humana e respeitosa com todos”.

Almir afirma que o fim do racismo deve ser visto como um componente da estabilidade social. “Sempre repetimos que enquanto houver discriminação e preconceito, não teremos democracia de fato. Banir o racismo é uma questão civilizatória, importante como o fim da miséria, das violências contra a mulher e dos crimes contra indígenas e a população LGBTQIA+. Por isso é uma luta de todos”.

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