No ano em que a Lei Maria da Penha completou 15 anos também foi o ano em que 86% das mulheres perceberam aumento da violência contra elas no Brasil.
Os dados são da pesquisa realizada pelo Instituto DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência.
Devido à pandemia de COVID-19 e ao isolamento social que persistiu em 2021, as mulheres vítimas de violência doméstica foram forçadas a conviver por mais tempo com seus agressores, levando ao aumento da violência doméstica.
Pesquisa realizada pelos Institutos Locomotiva e Patrícia Galvão revelou que 9 em cada 10 mulheres consideram que o local que apresenta maior risco de feminicídio é dentro de casa, por um parceiro ou ex-parceiro e que três em cada 10 mulheres adultas já foram ameaçadas de morte por um parceiro ou ex-parceiro.
No último governo houve um desmanche nas estruturas de defesa dos direitos das mulheres e isso inclui a rede de aparelhos como delegacias especializadas e centros de acolhimento, e isso tem um impacto direto nesse crescimento da violência.
Corte no orçamento – Para 2022, deve ocorrer m corte de 33% no orçamento de políticas públicas voltadas para mulheres.
Os dados demonstram que, apesar da Lei Maria da Penha ser considerada pela ONU como uma das mais avançadas legislações sobre violência contra a mulher do mundo e um marco na luta pelos direitos das mulheres, o texto ainda não é colocado em prática como deveria uma década e meia depois de entrar em vigor.
A questão armamentista do atual governo tem relação direta com as mulheres vítimas de violência doméstica, que sofrem homicídio. Elas morrem em decorrência de arma de fogo.