Nos últimos anos, o Itaú tem passado por constantes mudanças, novos projetos, reestruturações, como o programa GERA e o projeto Itaú 2030. Por conta disso tudo, o banco deixa claro que está em busca de um novo perfil de funcionário.
O próprio presidente do banco afirmou isso em entrevista ao Jornal Valor Econômico, publicada na última segunda-feira (3). Milton Maluhy Filho chegou à presidência em fevereiro com a missão de aprofundar a transformação digital no Itaú. Sete meses depois, o executivo vê avanços na tecnologia, mas diz que o grande desafio é renovar a cultura da instituição financeira.
Em momento algum ele fala sobre o funcionário, sobre a valorização dos trabalhadores que levaram o banco a ser o maior da América Latina.
Na reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e os representantes dos sindicatos, no dia 25 de agosto, o CEO da Área de Pessoas apresentou a todos um “banco do futuro” no qual, segundo ele, não há espaço para discriminação, há uma busca constante pela diversidade e uma profunda mudança de cultura.
O que vemos são dois bancos diferentes: um que ele nos apresenta e outro vivido pelos trabalhadores no dia a dia. Muitas denúncias de trabalhadores com mais tempo de banco estão chegando aos sindicatos de todo o país. Eles relatam que são caracterizados como mais velhos e que estão sofrendo humilhações feitas pelos gestores, que também não respeitam a questão de gênero. Há relatos de trabalhadores de departamentos e de agências, que passaram por esses constrangimentos.
Em seus relatos, os bancários denunciam algumas das frases usadas pelos gestores. Veja abaixo
“De espaço aos mais novos, seu tempo de banco já deu o que tinha que dar.”
“Precisamos de mentes frescas, novas ideias. O banco está se reinventando.”
“Vamos dar prioridade à juventude, seu momento de crescimento já passou.”
“Não vou promover você porque está velho demais.”
“O que você pretende no banco? É preciso pensar no futuro porque seus dias estão contados.”
“O Itaú é um banco de gente jovem.”
Providências – Em diversas reuniões, os dirigentes sindicais alertaram a direção do banco sobre a postura inadequada dos gestores. E essas novas denúncias serão levadas ao banco para que medidas sejam tomadas.
Esses desligamentos não são motivados por baixa performance, uma vez que são trabalhadores que entregam resultados. O problema é que o banco está desligando trabalhadores com idade avançada ou com muito tempo de casa, e que são tratados como objetos descartáveis.