Vice-presidente do SINDBAN ministra palestra no 1º ERBAN

Teve in ício nesta sexta-feira, 4, o 1º ERBAN (Encontro Regional de Dirigentes Sindicais) da Feeb-SP/MS (Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul), em Caraguatatuba. A vice-presidente do SINDBAN (Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região), Angela Ulises Savian, foi convidada para ministrar uma palestra sobre Igualdade de Oportunidades e a Diversidade.
Angela começou sua explanação falando que o debate sobre igualdade de oportunidades foi pautado no Encontro Nacional dos Bancários, em 1992. De lá para cá, foram implantadas inúmeras ações voltadas ao combate da discriminação no setor financeiro. Em 1996, o tema foi inclu ído na minuta de reivindicações entregue aos bancos.
No I Encontro de Mulheres, em 1997, foi criada a Comissão de Gênero, Raça e Orientação Sexual (CGROS) e, no ano seguinte, o tema igualdade de oportunidades tornou-se bandeira de luta da Campanha Nacional dos Bancários. Ao longo desses mais de dez anos, a mesa temática aprofundou o debate sobre diversos temas relacionados “às minorias”. Em 2008 foi constru ído o primeiro Censo, chamado de “Mapa da Diversidade”, que revelou uma série de desigualdades nos bancos. “;Sabemos que este é um tema polêmico, mas precisamos compreender este trabalho e porque precisamos dar continuidade. Por isso, começo meu trabalho lançando um desafio: hoje, nem 10% das presentes são mulheres. Então, peço para que vocês convidem as mulheres para participarem dos próximos Encontros, pois precisamos discutir este tema com elas, que trarão as problemáticas e poss íveis soluções “;, afirmou.
O II Censo da Diversidade, conquistado na Campanha Nacional 2012, começou a ser aplicado no dia 17 de março em todo pa ís. Ao longo de 40 dias – até 25 de abril – cerca de 486 mil bancários e bancárias, que representam 98% do funcionalismo de 19 bancos públicos e privados, poderão responder ao questionário através do site da FEBRABAN. A novidade em relação ao primeiro levantamento é a inclusão de uma pergunta sobre a questão LGBT. “;Temos este público LGBT dentro do sistema financeiro, então precisamos discutir o tema e trazê-los para dentro dos nossos sindicatos “;.
Angela ressaltou que é importante que os bancários e as bancárias respondam ao questionário do II Censo, pois se trata de uma oportunidade para conhecer melhor a realidade da categoria, na perspectiva de construir um plano de ação para corrigir as discriminações e conquistar igualdade de oportunidades e de tratamento no sistema financeiro. “;Através do Censo será poss ível comparar se as distorções detectadas na primeira pesquisa, realizada em 2008, foram corrigidas, como a situação das mulheres que ganhavam salários menores, exercendo a mesma função dos homens. Poderemos avançar mais com este resultado em mãos “;.
A vice-presidente do SINDBAN salientou o trabalho desenvolvido pelo Sindicato para conscientizar os bancários sobre a importância do Censo. Com material e Campanha próprios, diretores e assessores do Sindicato percorreram em dois dias 17 cidades da base, visitando 146 agências, atingindo 2.092 bancários e bancárias. “;Levem esta ideia para os seus sindicatos e tracem estratégias para fazer com que os bancários entendam a importância deste Censo e respondam ao questionário. Foi um avanço conseguir o Censo, então precisamos mobilizar a todos para participarem até o dia 25 de abril “;, acrescentou.
DIEESE -; Segundo levantamento do Dieese sobre a participação das mulheres no sistema financeiro, elas são 47,8% da categoria. Continuam concentradas em ocupações relacionadas às vendas e atendimento ao público, mas afastadas dos cargos de direção, consequentemente, com faixas salarias inferiores a dos homens. “;Temos que descontruir essa desigualdade, este machismo que ainda existe dentro do sistema financeiro “;, afirmou Angela.
De acordo com o estudo, apesar de serem mais escolarizadas do que os homens, têm remuneração 23,9% inferior, quadro que se agrava conforme avança o n ível de escolaridade. Bancos Privados contratam mais mulheres, mas pagam salários inferiores e apresentam maiores disparidades salariais entre homens e mulheres. Além disso, têm preferência pelo emprego de mão de obra de mulheres com até 40 anos.
“;Precisamos nos organizar, criar pautas e levar à mesa de negociação essas ideias que beneficiem a todos com igualdade “;, disse Angela. A sindicalista enfatizou que outro ponto que precisa ser discutido, e é uma recomendação do Comando Nacional, é a transversalização dos assuntos com relação as mulheres e negros e LGBT em todos os temas discutidos nos Encontros Regionais: remuneração, emprego, saúde e segurança. “;Precisamos continuar criando ações e mudanças em cima desses temas, buscando a igualdade, discutindo ainda o que podemos fazer para melhorar a qualidade de vida do trabalhador do sistema financeiro “;, finalizou.
ENCONTROS REGIONAIS -; No 1º ERBAN, nesta sexta-feira, dirigentes dos Sindicatos de Corumbá, Navira í, Ribeirão Preto, Santos, São José do Rio Preto, Sorocaba, Tupã e Votuporanga, que representam mais de 190 cidades dos dois Estados, estão debatendo as reivindicações sobre remuneração, saúde, condições de trabalho e segurança, as estratégias, táticas e desafios para a Campanha Nacional de 2014.
Os próximos Encontros estão marcados para os dias 11 de abril, onde estarão representantes dos sindicatos de Araçatuba, Ponta Porã, Jaú, Guaratinguetá, São José dos Campos, Andradina, Rio Claro, Presidente Venceslau e Franca; e dia 25 de abril, com dirigentes sindicais de Lins, Três Lagoas, Piracicaba, Campinas, São Carlos e Mar ília.
Texto: Michelle Bottin DRT/PR 7704
Fotos: Elison Godoy Ferreira

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