09/03/2017 – 13:30
Fabiana Ribeiro participou, na noite desta terça-feira (6), do segundo dia de atividades da Semana da Mulher Bancária do Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região
Mulher, deficiente e empoderada. Esse é o perfil da Superintende de Relações Sindicais do Banco Santander, Fabiana Ribeiro, que participou do segundo dia de atividades da Semana da Mulher Bancária 2017, com a palestra: “;Vivência -; A carreira das bancárias: experiência e desafios da ascensão profissional “;. O encontro, que aconteceu na noite desta terça-feira (7), reuniu mais de 60 bancárias e bancários no Salão de Eventos do SindBan (Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região) e contou, também, com a presença da psicóloga e pedagoga, Ana Lúcia Oliveira.
Com 22 anos de carreira no mercado financeiro, a bancária está há 16 anos no banco Santander. Segundo ela, a instituição é o banco mais feminino que existe no Brasil. “; O Santander é composto por 60% de mulheres, entre elas, 37% estão em posição de liderança. é inegável que ainda há muitas coisas a serem feitas no campo das mulheres, como a luta por isonomia e igualdade de salários, mas é preciso olhar o quanto avançamos em uma década “;, comentou.
O cenário do Santander é refletido no mercado financeiro. Em Piracicaba e Região, 56% da categoria é composta por mulheres, segundo a pesquisa ‘Perfil Bancário’, realizada pelo SindBan. Mas, para o presidente da instituição, José Antonio Fernandes Paiva, a igualdade não é demonstrada nos cargos e nos salários.
“;Apesar dos dados trazidos pela Fabiana, que refletem só o banco Santander, quando olhamos para o cenário geral, nós vemos que os homens ainda ganham mais que as mulheres, que são maioria nos cargos de chefia e direção e mesmo nas mesmas funções possuem salários maiores. Esses dados foram confirmados com a pesquisa ‘Perfil Bancário’, que mostrou, por exemplo, que na nossa base sindical, 89% dos cargos de gerente geral são compostos por homens “;, explicou Paiva.
Segundo a psicóloga e pedagoga, Ana Lúcia Oliveira, outro fator preocupante dentro do mercado de trabalho é o machismo sutil. “;As ‘piadinhas’ em ambientes de trabalho não podem mais ser toleradas. Nós, mulheres, quando somos criadas em um cenário machista, achamos que elas são inofensivas. As lideranças precisam ter um olhar para isso. Comentários que colocam a mulher em posição de inferioridade por conta de TPM, menstruação e gravidez, não são brincadeiras, são ações machistas “;, explicou.
A importância das relações compartilhadas também foi discutida na palestra. Para a representante do SindBan no Conselho Municipal da Mulher de Piracicaba, Claudia Novolette, um passo importante que poderia ser dado pelo Santander é aceitar a licença paternidade de 20 dias. “;O SindBan vai promover o curso de Paternidade Responsável ainda em março. Estimular esse direito conquistado pela categoria é conscientizar que a educação e a formação dos filhos não é responsabilidade apenas das mulheres “;, comentou.
Para Fabiana, os dois fatores principais para a sua ascensão no mercado bancário foram a qualificação e o saber ouvir. “;A qualificação é importante para todos os profissionais da área, é preciso de reciclar e aprender sempre. Eu tenho 42 anos, desde que sai do Ensino Médio estou estudando e não quero parar. Outro ponto, é saber ouvir. Não há l íder que consiga bons resultados se não houver uma dinâmica na sua própria equipe “;, comentou.
A Superintende assumiu um compromisso com a categoria bancária sobre o combate ao assédio moral e o machismo dentro do Santander. “;A relação entre instituição e movimento sindical é muito importante. Somente desta forma desenvolvemos a habilidade de poder divergir com respeito. Nós vamos discutir formas de deixarmos o machismo no passado do Santander e principalmente uma forma de olharmos o assédio moral dentro das agências “;, defendeu Fabiana.