Sobrecarga é ignorada pelos bancos

Um dos lemas da Campanha Nacional deste ano é “;Mais bancário, menos filas “;. A frase une os anseios dos trabalhadores -; que não aguentam mais a pressão e o adoecimento -;, com os dos clientes -; que querem um atendimento de qualidade.

As filas e a sobrecarga dos funcionários não ocorrem à toa. Somente no primeiro semestre deste ano, foram extintos 1.957 postos de trabalho (dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged). Se levados em conta somente os bancos múltiplos com carteira comercial (ou seja, fora a Caixa), o saldo negativo de empregos somente neste setor chega a 4.890 no per íodo. E isso, mesmo tendo lucrado R$ 30 bilhões no primeiro semestre, ou R$ 166 milhões diariamente nesses seis meses.
Uma gerente do Itaú Personnalité sente na pele o que os bancos classificaram em mesa de negociação como “;pequeno ajuste “;. “;Eu cheguei a cuidar sozinha de três carteiras. Aqui é assim: não cumpriu as metas, tchau. O certo seria termos mais uns três gerentes na minha agência. Do jeito que está, ocasiona filas e irritação entre os clientes “;, revela a bancária.
Na lógica perversa de gestão dos bancos, a falta de funcionários disputa espaço com a cobrança por metas abusivas e o assédio moral. Um funcionário do Bradesco afirma que com o quadro reduzido de funcionários as cobranças aumentam e as metas se tornam imposs íveis de se serem alcançadas. “;Não há pessoas suficientes e os que saem não são substitu ídos. Somos tachados como incompetentes e indisciplinados. Não há respeito “;, denuncia.
Fonte: Sindicato dos Bancários de SP

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