O Sindicato dos Bancários de Piracicaba realizou na manhã desta sexta-feira, 19 de janeiro, um ato na Sede Regional do Banco do Brasil, no centro de Piracicaba. A ação fez parte do dia nacional de luta contra as reestruturações constantes, pela contratação de bancários e em defesa dos direitos dos trabalhadores e do Banco do Brasil.
De acordo com o Presidente do SindBan, José Antônio Fernandes Paiva, a ação realizada hoje não é só para defender um banco. “;O Ato realizado hoje é em defesa de uma instituição financeira de mais de 200 anos e principalmente dos funcionários, esses colegas constru íram o conceito que o Banco Do Brasil tem hoje a n ível nacional e internacional e que executaram todas as pol íticas públicas que puderam levar o desenvolvimento deste pa ís “;, afirma.
O Banco do Brasil anunciou no dia 05 de janeiro uma reestruturação que atinge todo o pa ís com corte de mais de cerca de 1.200 caixas, além de mudanças nos cargos de assistentes, escriturários e gerentes de relacionamento. No pacote de medidas há ainda a previsão de desligamento por demissão consensual e aposentadoria incentivada para quem estiver excedente. “;Nós tivemos agora em todo pa ís o corte de mais de mil vagas de caixa, a redução da maioria das agências. O propósito do BB é reduzir quadro, e o com o PAQ vem também o programa de desligamento voluntário, que não tão voluntário assim, será o motor deste corte. Além disso, temos o problema que vai sobrecarrega o dia a dia de nós bancários, isso afeta os clientes “;, comenta o vice-presidente da Regional Tietê Paschoal Verga Júnior.
Durante a atividade, dirigentes sindicais entregaram uma carta aberta, denunciando o impacto do fechamento de agências, como redução do quadro de funcionários, sobrecarga de trabalho aos que permanecerem na instituição, precarização do atendimento, obrigando o cliente a migrar para correspondentes bancários, que muitas vezes não dispõem de todos os serviços nem da segurança necessária. “;A reestruturação do BB não visa melhorar a qualidade do atendimento, não visa melhorar a interversão dos colegas no mercado de trabalho, ela simplesmente prepara o Banco Do Brasil para um mercado que é cada vez mais agressivo com os seus clientes, que busca a rentabilidade independente de usar de altas taxas. Eu quero defender um banco que é feito pelos colegas do BB do Brasil inteiro, que querem oferecer o melhor da sua capacidade “;, completa o Presidente do SindBan.
Reestruturação
O governo acaba de anunciar uma segunda fase em sua reestruturação que prevê a criação de novas funções, realocação de funcionários e mais um plano de desligamento incentivado cujo público-alvo poderá ultrapassar 8 mil trabalhadores. O banco também lançou o Programa de Adequação de Quadros (PAQ), por meio do qual pretende transferir seus funcionários, inclusive de forma compulsória.
Amparadas na reforma trabalhista, as mudanças não só apostam no desmonte da instituição como na precarização dos direitos dos funcionários. Quem aderir ao desligamento incentivado (ou consensual), por exemplo, recebe só metade do aviso prévio e 80% do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Não terá direito ao seguro-desemprego e nem poderá acionar futuramente a empresa na Justiça cobrando direitos trabalhistas, (como horas extras, por exemplo), estando inclusive impossibilitado de recorrer à Comissão de Conciliação Prévia (CCP).