Reflexão, conscientização, falta de pol ítica pública foram alguns adjetivos usados na manifestação que ocorreu nesta sexta-feira, 27, pela manhã, em Memória as V ítimas de Acidentes de Trabalho. Representantes de 28 sindicatos que fazem parte do Conespi (Conselho de Entidades Sindicais de Piracicaba), no qual o Sindicato dos Bancários é filiado, foram as ruas protestar contra o altoíndice de acidentes de trabalho registrado nos últimos anos em Piracicaba. O ato começou em frente ao Mercado Municipal e terminou na concha acústica da Praça José Bonifácio, no centro da cidade.
Somente nos quatro primeiros meses de 2012, já foram registrados 2.722 acidentes de trabalho em nossa cidade, quatro destes acidentes resultaram em morte de trabalhador. Os números são alarmantes, no gráfico abaixo podemos verificar a evolução destes números nos últimos oito anos.
Em dezembro de 2004, os números chegaram a 5.456 acidentes de trabalho, e a parti de então os números só evolu íram, chegando ao ápice em 2008, com 11.172 acidentes de trabalho. Em 2009 houve uma pequena queda, com 9.065 acidentes, mas em 2010 os números novamente aumentaram, chegando em 9.824 acidentes. No ano passado o CEREST (Centro de Referência na Saúde do Trabalhador) registrou 10.138 acidentes, o que significa um aumento de 85,8% se comparando aos números de acidentes em 2004, uma média de 12, 25% ao ano.
“;São números alt íssimos, 10.138 acidentes em 2011, o que representa 845 acidentes por mês, 28 acidentes por dia, o que resulta em mais de acidente por hora em Piracicaba. é preciso reduzir esta quantidade de acidentes de trabalho. Queremos o crescimento econômico da nossa cidade, mas é necessário que haja pol ítica pública de prevenção para que estes acidentes sejam reduzidos de uma forma considerável “;, declarou o vereador e presidente do Sindicato dos Bancários de Piracicaba e região, José Antonio Fernandes Paiva.
SETORES
O setor que mais registrou acidentes de trabalho em 2011, foi da metalurgia com 22%, seguidos pelo comércio e construção civil com 12%, logo em seguida com 10% aparecem os serviços prestados por outras empresas e o setor de fabricação de produtos aliment ícios e bebidas. Os dados também nos mostram que os homens se acidentam com maior facilidade, 79% dos acidentes de trabalho acontecem com o universo masculino, enquanto que 21% os acidentes são com as mulheres.
“;O processo de educação de empregados e empregadores tem de ser no ambiente de trabalho. São medidas de prevenção que não são dif íceis de serem apresentadas para os trabalhadores, porque há possibilidade de obter recursos do governo federal, estadual e municipal para ações preventiva e educativa para redução dos acidentes de trabalho “;, enfatizou Paiva.
Fotos: Fábio Teixeira