10/03/2017 – 12:00
Assédio sexual e moral no ambiente de trabalho, os impactos da reforma da previdência e ascensão das mulheres na carreira profissional foram os temas debatidos
Após cinco dias de atividades, a Semana da Mulher Bancária 2017, promovida pelo SindBan (Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região) se encerrou nesta sexta-feira (10). Com o protagonismo da mulher no mercado de trabalho como tema principal, a Semana contou com nomes como a Superintendente de Relações Sindicais do Santander, Fabiana Ribeiro, para falar sobre sua carreia no banco e a advogada especialista em Direito Previdenciário, Dra. Ana Julia Avanci, que discutiu sobre os impactos da Reforma da Previdência para as mulheres.
O assédio sexual e moral no ambiente de trabalho também foi discutido ao longo da Semana. Os dirigentes sindicais visitaram todas as agências da base e levaram informações, presentes e apresentações musicais. Para a vice-presidente e coordenadora da Semana da Mulher Bancária, Angela Savian, a atividade teve como objetivo aproximar as bancárias do Sindicato. “;Constatamos que o assédio moral ainda é uma das principais violências que acontecem no sistema financeiro. Nosso objetivo foi visitar todas as agências para que essas mulheres saibam que somos preparados para receber a denúncia, tratar o assediador e cuidar do assediado “;, comentou.
O primeiro dia de atividades começou com o tradicional ‘Café da Manhã das Bancárias’, que reuniu mais de 60 trabalhadores de Piracicaba e Região, diretores sindicais e autoridades. Na parte da tarde, o SindBan divulgou os resultados do ‘Perfil da Mulher Bancária’, fruto da pesquisa ‘Perfil Bancário’, realizada entre novembro e dezembro de 2016, que entrevistou 1343 bancários, de 19 cidades da base sindical. Segundo o presidente do SindBan, José Antonio Fernandes Paiva, a pesquisa comprovou que ainda há discriminação de gênero no mercado financeiro.
“;Os cargos de gerente geral são compostos por 8,80% de homens, enquanto as mulheres ficam com 4,65% dos cargos. Ou seja, 89% dos cargos possuem representantes masculinos. No quesito salário, as mulheres continuam em desvantagem. Assim como na função, a faixa salarial mais baixa é composta por maioria mulheres e a mais alta por homens. Na faixa salarial de R$ 8.880,00 a R$ 11.440,00, há 53,2% a mais de homens do que mulheres. Já nos salários ainda maiores, acima de 14.960,00, a diferença pula para 140%. “;, explicou Paiva.
O segundo dia de atividades foi marcado pela presença da Superintendente de Relações Sindicais do Santander, Fabiana Ribeiro, que falou sobre sua vivência no mercado financeiro e os desafios da ascensão profissional. Com 22 anos de carreira no mercado financeiro, Fabiana assumiu um compromisso com a categoria bancária sobre o combate ao assédio moral e o machismo dentro do Santander. “;A relação entre instituição e movimento sindical é muito importante. Somente desta forma desenvolvemos a habilidade de poder divergir com respeito. Nós vamos discutir formas de deixarmos o machismo no passado do Santander e principalmente uma forma de olharmos o assédio moral dentro das agências “;, defendeu Fabiana.
Na noite desta quarta-feira (8), a especialista em Desenvolvimento Humano, Bea Bragion, falou sobre as ferramentas para a construção de uma carreira de sucesso no ambiente bancário e encerrando as palestras da Semana, na noite de quinta-feira (9), a advogada especialista em Direito Previdenciário, Dra. Ana Julia Avanci, falou sobre os impactos da Reforma da Previdência na vida das mulheres. Segundo a advogada, as preocupações para os trabalhadores vão muito além da mudança da idade m ínima de 65 anos. “;Não é só essa mudança que teremos se a PEC foi aprovada em sua integralidade, pontos muito agressivos como a redução de 50% na aposentadoria por invalidez, impossibilidade de junção de pensão por morte e redução no valor, entre outras mudanças preocupantes para o trabalhador “;, comentou.
A conclusão da Semana acontece nesta sexta-feira (10), com a ‘Noite das Bancárias’, um Happy Hour, às 18h30, no Salão de Eventos do SindBan. Para Paiva, a Semana contribuiu para a discussão do empoderamento feminino. “;A conscientização é fundamental para diminuirmos os números alarmantes de violência contra mulher. é por meio do diálogo e da informação que levamos as conquistas e os direitos das mulheres na sociedade, a Semana foi extremamente produtiva para conquistarmos cada vez mais avanços na igualdade de gênero “;, comentou