Segunda rodada de negociação com a Fenaban continua nesta quinta

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, retoma com a Fenaban, nesta quinta-feira (3), a segunda rodada negociação sobre saúde e condições de trabalho. Também estão na pauta as reivindicações sobre segurança. Toda a quarta-feira (2) foi tomada pelo debate sobre saúde, mas os bancos não apresentaram propostas concretas para resolver o aumento dos casos de adoecimento na categoria.

Com uma rotina de trabalho cada vez mais estressante com metas abusivas e muita pressão pela cobrança de resultados, a categoria bancária está entre as que mais apresentam problemas de saúde com causas nas condições de trabalho. Os casos de transtornos mentais e comportamentais estão crescendo muito mais rapidamente na categoria bancária e já superam os adoecimentos relativos a LER/Dort. Entre janeiro e março do ano passado, 4.423 bancários foram afastados do trabalho, sendo 25,3% por lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares e 26,1% por doenças como depressão, estresse e s índrome do pânico.

O INSS ainda não divulgou os dados do ano todo de 2014 sobre o setor bancário, mas tabelas completas de anos anteriores reforçam este aumento. Em 2009, foram 2957 afastamentos por transtornos mentais e comportamentais. Já em 2013, os números chegaram a 5042 bancários. Um crescimento de 70,5%, conforme estudo do Dieese com base nos benef ícios previdenciários e acidentários concedidos pelo INSS. No mesmo per íodo, nas outras categorias, o crescimento foi de 19,4%.

Fim das metas abusivas e do assédio moral

O Comando Nacional dos Bancários também destacou a convenção 161 da OIT, que tem o Brasil como signatário, estabelecendo objetivos, princ ípios e diretrizes de uma pol ítica nacional de saúde a partir do diálogo social com os trabalhadores. Os bancários reivindicam que as metas sejam estabelecidas com a participação dos trabalhadores, com critérios para a estipulação, levando em conta o porte da unidade, a região de localização, número de empregados e carteira de clientes.

Durante a negociação, o Comando Nacional reivindicou o aprimoramento do instrumento de prevenção e combate ao assédio moral, uma conquista da campanha de 2011. O movimento sindical acredita que o tempo de resolução dos casos precisa ser mais rápido.

A negociação com a Fenaban continuam nesta quinta-feira (3) com as discussões sobre o GT do adoecimento, grupo de trabalho bipartite que tem a função de analisar as causas dos afastamentos dos empregados do ramo financeiro. Outra reivindicação dos bancários é a alteração da redação da cláusula do programa de “reabilitação” do trabalho, para “retorno” ao trabalho, já que reabilitação é uma atribuição do Estado e não pode ser executado pelas empresas, como os bancos têm feito. A extensão integral dos benef ícios para os bancários afastados também está na pauta.

Além das reivindicações de saúde e condições de trabalho, a segunda rodada também debaterá as demandas sobre segurança bancária.

O Comando Nacional reivindica melhores condições de segurança para bancários e clientes e assistência às v ítimas de assaltos, sequestros e extorsão. Também estão na pauta a permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. O fim da revistaíntima, ainda praticada por muitas agências no Pa ís. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários e extinção das tarifas para transferência de dinheiro via DOC e TED.

Levantamento realizado pela Contraf-CUT e pela Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), com apoio técnico do Dieese, aponta que 66 pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo bancos em 2014, uma média de 5,5 v ítimas fatais por mês.

Calendário de Negociações com a Fenaban
3 de setembro – Saúde, Condições de Trabalho e Segurança
9 de setembro – Igualdade de Oportunidades
16 de setembro – Remuneração

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