Terceiro maior banco privado no pa ís, o Santander abriu ontem a temporada de resultados do setor com forte aumento nas provisões para perdas com empréstimo, mas ainda com crescimento na carteira de crédito, no resultado da tesouraria (t ítulos e ações) e no lucro. O banco, que estuda levantar até US$ 4,3 bilhões com venda de ações na Bovespa, anunciou ainda simplificação societária de sua organização no pa ís.
No primeiro semestre, o Santander apurou lucro l íquido recorrente de R$ 1,874 bilhão, resultado 13,5% superior ao mesmo per íodo de 2008, sem considerar efeitos como créditos tributários, amortização de ágio com a compra do Banco Real e venda de participações em empresas como VisaNet, que rendeu R$ 1,14 bilhão. Com esses efeitos, o lucro recua para R$ 1,058 bilhão, 44,1% menos do que no ano anterior.
No mundo, o banco lucrou 4,519 bilhões no semestre -valor 4,5% menor do que em 2008. Depois da Espanha, o Brasil foi o pa ís que mais contribuiu com o lucro global, respondendo por 21% do total em euro. O Brasil foi o pa ís com a maior inadimplência do Santander, de 4,64% da carteira de crédito (era 3,24% em 2008); na Espanha, está em 3,5% e no Reino Unido, em 1,54%.
Para fazer frente à ameaça de não pagamento no pa ís, o banco elevou em 57,9% as provisões para devedores duvidosos, que somaram R$ 4,9 bilhões no final de junho.
“Tivemos de elevar as provisões porque aumentou o n ível de atrasos. Houve um aumento grande, especialmente por parte de pequenas empresas, fruto da desaceleração econômica que tivemos e que agora começa a mostrar sinais de reversão”, disse Fabio Barbosa, presidente do Santander Brasil.
A carteira de crédito do banco cresceu 14,9% -saltou de R$ 119,5 bilhões para R$ 137,3 bilhões, de junho de 2008 para junho de 2009. O crédito para pessoa f ísica cresceu 12,6% e para empresas, 19%.
Na Espanha, Alfredo Sáenz, diretor-executivo do grupo, afirmou que o banco deve fazer uma oferta de 15% de novas ações no Brasil. Sáenz afirmou ainda que o ganho em sinergia com a fusão com o Banco Real, previsto para o primeiro ano, deverá ser elevado de R$ 800 milhões para R$ 1,3 bilhão.
Antes de ir à Bolsa, o grupo deve agrupar como subsidiárias do banco os principais negócios, incluindo seguro, previdência e gestão de recursos. “Não estamos separando, mas juntando”, disse Barbosa.
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Fonte: Jornal Folha de São Paulo