Pobreza caiu 44% em uma década na América Latina, diz estudo da Cepal

Na última década, a pobreza teve queda de 44% na América Latina, segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). A sustentação dessa dinâmica, no entanto, deve ser acompanhada por pol íticas públicas com objetivos estruturais, de forma a ampliar o equil íbrio entre o Estado, o mercado e a sociedade, informou a secretária-geral da comissão que faz parte das Nações Unidas, Alicia Bárcena.

Nesta terça-feira (27), a comissão divulgou o Relatório Panorama Social da América Latina 2012 com dados econômicos e sociais sobre a região. De acordo com o estudo, os pa íses latino-americanos aumentaram os gastos sociais – com pol íticas, como de distribuição de renda, educação, alimentação e habitação – , que chegaram a 62,6% dos gastos públicos em geral, entre 2009 e 2010. Esse gasto total representou 18,6% do Produto Interno Bruto (PIB) de todos esses pa íses no per íodo.

Os gastos sociais têm o objetivo de sustentar os quatro princ ípios do sistema de cidadania, segundo nomenclatura da Cepal: a igualdade e o acesso; a universalização progressiva do cidadão; a solidariedade no financiamento para estruturar o sistema; e a corresponsabilidade da sociedade civil.

A tendência, segundo a Cepal, é a que a pobreza na região continue caindo, mas que devem haver pol íticas de sustentabilidade, que dependem do fortalecimento industrial mais competitivas, taxas de crescimento de longo prazo, tecnologia, conhecimento e manejo ambiental.

Segundo o secretário adjunto da Cepal, Antônio Prado, as perspectivas são positivas para o Brasil, pois houve uma melhora nos termos de troca entre as exportações brasileiras e as importações do exterior, tendo impacto no aumento do PIB, impulsionado pela alta de preço das commodities.

Para o diretor do escritório da Cepal no Brasil, Carlos Mussi, a sustentabilidade brasileira e a manutenção das pol íticas sociais, que têm viabilizado a redução da pobreza, dependerão das pol íticas de importação e exportação da China, que demanda produtos primários do Brasil a preços elevados e vende produtos industrializados a preços baixos, por causa da demanda interna reprimida.

“Esse foi um ciclo favorável de crescimento econômico, mas o Brasil tem de fazer o dever de casa e fazer as mudanças estruturais necessárias, como buscar a qualidade do emprego, ser mais produtivo e competitivo, valorizar o capital humano, investir em educação, estimular a permanência nos postos de trabalho e melhorar a infraestrutura”, disse Mussi à Agência Brasil.

Fonte: Agência Brasil

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