Piracicaba parou no Dia Nacional de Lutas

Cumpriu-se o prometido. Piracicaba parou nesta quinta-feira, 11 de julho, Dia Nacional de Lutas. As manifestações promovidas pelo CONESPI (Conselho de Entidades Sindicais de Piracicaba) iniciaram de madrugada, as 4h, em frente às garagens de transporte urbano do Santa Terezinha e Piracema.
Em ambos os locais não houve problemas, pois os motoristas aderiram a paralisação e não sa íram para trabalhar. Não foi permitida a sa ída dos ônibus urbanos, somente os intermunicipais.
Por volta das 6h, manifestantes e representantes dos sindicatos dos bancários, metalúrgicos, da alimentação, dos comerciários e dos papeleiros foram até o estacionamento da empresa Dedini, onde uma assembleia foi organizada para que fosse exposta a pauta de reivindicações aos cerca de dois mil funcionários da metalúrgica. O local foi escolhido em função de uma crise que a empresa estaria enfrentando, prejudicando funcionários com o não pagamento de diversos benef ícios. “;Hoje vamos parar cinco milhões de trabalhadores em todo pa ís para destravar no Congresso Nacional projetos que, há oito anos, não estão na pauta de discussões. E reafirmamos aos companheiros da Dedini que podem contar com os 28 sindicatos que pertencem ao CONESPI e com o nosso mandato na Câmara de Vereadores, porque vamos buscar nos bens dos patrões respaldo para que os funcionários da Dedini recebam o que têm direito “;, declarou o presidente do SINDBAN (Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região) e diretor de Comunicação do CONESPI, José Antonio Fernandes Paiva.
O ponto alto do manifesto foi o Ato Público na avenida Armando Salles, próximo ao TCI (Terminal Central de Integração), por volta das 8h30. Manifestantes empunhavam bandeiras de vários sindicatos, defendendo a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução dos salários; fim do fator previdenciário; que 10% do PIB (Produto Interno Bruto) sejam aplicados na educação; 10% do orçamento da União para a saúde pública; transporte público de qualidade; valorização das aposentadorias; reforma agrária; suspensão dos leilões de petróleo; contra o PL 4330 sobre terceirização; reforma pol ítica e realização de plebiscito popular; reforma urbana; democratização dos meios de comunicação; pelos direitos humanos; contra o genoc ídio da juventude negra e dos povos ind ígenas; contra a repressão e a criminalização das lutas e dos movimentos sociais; contra a aprovação do estatuto do nascituro e pela punição dos torturadores da ditadura.
Os manifestantes, em passeata, percorreram as principais ruas do centro da cidade, terminando o ato em frente à Praça José Bonifácio. “;Nada quebrará a unidade dos sindicatos que hoje estão nas ruas lutando para que o Congresso Nacional destrave a votação de projetos importantes para todas as categorias. Os trabalhadores sabem aonde querem chegar e nós estamos unidos para defendê-los “;, salientou Paiva.
Segundo o presidente do SINDBAN e vereador do PT, os trabalhadores optaram por sa írem de suas casas nesta quinta-feira para reivindicar seus direitos e fizeram história no 11 de julho. “;Esta luta é de vocês, vocês vieram às ruas para lutar pelos seus direitos e anseios. E se estamos parando hoje é porque estamos lutando contra os fascistas, lutando contra a extrema direita, contra aqueles que não reconhecem o direito dos trabalhadores e esperam no Congresso Nacional os projetos importantes da classe trabalhadora, como a jornada de 40 horas e o fim do fator previdenciário “;, acrescentou.
Ressaltou ainda a união dos sindicatos de Piracicaba através do CONESPI, que foi às ruas desde as 4h para mostrar a sua capacidade de mobilização em defesa de uma ampla pauta trabalhista. “;é uma luta que não começou hoje, pois se arrasta ao longo de vários anos “;.
A opinião foi compartilhada pela vice-presidente do SINDBAN, Angela Savian, que fez questão de ressaltar durante o discurso que a classe sindical brasileira não estava dormindo como tentam apontar alguns manifestantes. “;Nós estamos na luta, acordados e firmes há muito tempo. Quem diz que o Brasil acordou agora é porque não participa de movimentos sindicais “;.
ENCERRAMENTO -; As manifestações com paralisações encerraram por volta das 12h na rodovia SP-304, que liga Piracicaba a São Pedro. “;O CONESPI registra na história de Piracicaba um dos dias mais importantes de luta pelos trabalhadores. é uma luta pela saúde, educação, melhor qualidade de vida, transporte e, também, por trabalho. A luta não termina aqui “;, finalizou Paiva.
Texto: Michelle Bottin

Compartilhe:
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email
Comentários do Facebook

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Skip to content