Pesquisa nacional mostra que 49 pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo bancos em 2011, uma média de 4 v ítimas fatais por mês, o que representa um aumento de 113,04% em relação a 2010, quando foram registradas 23 mortes. O levantamento foi realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-Cut) e Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), com base em not ícias da imprensa e apoio técnico do Dieese.
São Paulo (16), Rio de Janeiro (9), Goiás (4), Paraná (4) e Rio Grande do Sul (4) foram os estados com o maior número de casos. A principal ocorrência foi o crime de “saidinha de banco”, que provocou 32 mortes. Já a maioria das v ítimas foram clientes (30), seguido de vigilantes (8) e policiais (6).
Para a Contraf-Cut e a CNTV, essas mortes refletem, sobretudo, a carência de investimentos dos bancos para prevenir assaltos e sequestros. Segundo dados do Dieese, os cinco maiores bancos que operam no pa ís apresentaram lucros de R$ 37,9 bilhões de janeiro a setembro de 2011. Já as despesas com segurança e vigilância somaram R$ 1,9 bilhão, o que significa 5,2%, em média, na comparação com os lucros.
Mortes por estados
São Paulo registra não somente o maior número de ocorrências, mas também o crescimento mais alarmante na comparação entre 2010 e 2011. O total de mortes saltou de 5 para 16, uma evolução assustadora de 220%.
O Rio de Janeiro ficou em segundo lugar. O número de assassinatos passou de 3 para 9, uma disparada preocupante de 200%. Em seguida aparecem empatados Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul com 4 mortes cada um.
Dados: Dieese
Tipos de ocorrências
O levantamento aponta que os crimes de “saidinha de banco” dispararam em 2011, tendo causado 32 mortes, 65,31% das ocorrências. Em 2010 foram verificadas 10 casos fatais. Isso representa um aumento de 220%.
Dados: Dieese
A Contraf-Cut, a CNTV e os sindicatos defendem ações preventivas que visem enfrentar esse crime que apavora e mata.
“;é fundamental a colocação de portas de segurança com detectores de metais antes do autoatendimento, câmeras internas e externas de monitoramento em tempo real nos espaços de circulação de clientes, e vidros blindados nas fachadas “;, declara o presidente do Sindicato dos Bancários de Piracicaba e região, José Antonio Fernandes Paiva.
Outra medida é a isenção de tarifas de transferência de recursos (DOC, TED, ordens de pagamento), como forma de reduzir a circulação de dinheiro na praça.
Outro crime que preocupa é o transporte de valores, que dobrou no per íodo. Ocorreram duas mortes em 2011, ambos de policiais que faziam ‘bico’, o que é ilegal e mata. Esse serviço deve ser prestado por vigilantes, de acordo com o que estabelece a lei federal nº 7.102/83. Também preocupa a insegurança no abastecimento de caixas eletrônicos.
Perfil das v ítimas
A pesquisa revela que os clientes são cada vez mais as principais v ítimas em assaltos envolvendo bancos. Na comparação entre 2010 e 2011, o número de mortes subiu de 12 para 30, um crescimento de 150%. Quase todos foram assassinados em “saidinhas de banco”.
Dados: Dieese
Os vigilantes ocupam o segundo lugar entre as v ítimas, seguidos de transeuntes e policiais. Um bancário também foi morto. “Os bancos e as empresas de vigilância têm que ampliar equipamentos de prevenção e garantir melhores condições de trabalho, pois é inaceitável que os trabalhadores continuem sendo v ítimas da carência de investimentos”, ressalta o presidente da CNTV.
Carência de investimentos dos bancos
Conforme estudo feito pelo Dieese da Contraf-Cut, com base nos balanços publicados de janeiro a setembro de 2011, os cinco maiores bancos lucraram R$ 37,9 bilhões e destinaram R$ 1,9 bilhão em despesas com segurança e vigilância. Na comparação com os números de 2010, constata-se uma queda de 5,45% para 5,20% na relação entre o lucro e os gastos com segurança.
Despesas com Segurança e Vigilância
(em milhares de reais e % de participação no Lucro L íquido)
Bancos
Lucro L íquido
Despesas com Segurança e Vigilância
% do LL 2010
% do LL 2011
30/09/2010
30/09/2011
30/09/2010
30/09/2011
Banco do Brasil
7.755.947
9.153.653
490.674
566.113
6,33
6,18
CEF
2.416.387
3.565.483
353.498
430.021
14,63
12,06
Bradesco
7.034.928
8.302.583
202.916
239.520
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