Nesta manhã, 8 de março, o Sindicato dos Bancários de Piracicaba e região, convidou as bancárias de sua base para que conhecessem em primeira mão o Perfil Bancário 2013, hoje em espec ífico, com foco nas mulheres em alusão ao Dia Internacional da Mulher. Durante o evento, que foi apresentado pelo vereador e presidente da entidade que contou com um delicioso café da manhã, as bancárias puderam conhecer um pouco mais sobre as principais caracter ísticas da categoria.
Elas são jovens e também a maioria nos bancos. Grande parte das bancárias, ou seja, 24% têm entre 26 e 30 anos e 60% delas já têm n ível superior e outras 22% são pós-graduadas, contra 50% de homens graduados e 24% de pós-graduados. No entanto, apesar dos grandes avanços na economia, com a inserção cada vez maior das mulheres no mercado de trabalho, as diferenças salariais entre trabalhadores do sexo feminino e masculino ainda são expressivas.
Embora se comente sobre a crescente evolução da situação da mulher no mercado de trabalho, tal como o espaço que as mesmas vêm adquirindo ao longo dos anos, sem dúvidas não há de se opor quanto a essa melhoria, que realmente ocorreu, porém é necessário ressaltar que esta inserção feminina no ambiente de trabalho, não se deu de forma justa e igualitária.
As bancárias ainda ganham menos que os bancários, são apenas 3,57% de bancárias contra 10% de bancários que ganham acima de R$ 7.500. Já nos vencimentos que variam entre R$ 2.000 a R$ 2.500 são 24% de mulheres contra 20% dos homens, afirmando que as bancárias detêm os menores salários. Os dados foram coletados pelo Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região, que todos os anos realiza o Perfil Bancário, no sentido de avaliar as principais caracter ísticas dos trabalhadores e trabalhadoras do sistema financeiro.
No fim de 2012, o Departamento Intersindical de Estat ística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) também realizou uma pesquisa nacional que revela que as mulheres que trabalham em bancos, mesmo com n ível escolar mais alto, recebem em média 24,10% a menos que os homens.
As diferenças salariais podem ser explicadas, segundo o estudo, pelo fato de as mulheres ocuparem cargos na base da pirâmide, com as mais baixas remunerações. Apenas 18% das bancárias ocupam cargos de diretoria e, ainda assim, recebem salários inferiores aos dos homens que ocupam a mesma posição. Enquanto um diretor chega a ganhar, em média, R$ 23 mil, uma diretora tende a ganhar R$ 18 mil.
A pesquisa ainda revela que as mulheres permanecem menos tempos nos bancos, e isso se justificaria pelas dificuldades advindas do cenário em que se inserem nesses empregos: baixos salários e falta de perspectiva de promoções rumo a cargos de maior prest ígio. Enquanto 17 mil homens permaneceram empregados nos bancos por três décadas, apenas 6 mil mulheres tiveram o mesmo tempo de casa, revelam os dados.
Em Piracicaba, por pertencerem a um quadro de jovens trabalhadoras, a maioria, 29%, têm entre cinco a dez anos de banco e 25% tem entre um a cinco anos de trabalho na instituição financeira, sendo que 49% são casadas e 40% são solteiras, ao passo que 57% delas ainda não têm filhos contra 43% que já são mães.
Do universo das bancárias o que se constata também é a baixa contratação de negras no sistema financeiro, são 95,5% de brancas contra apenas 2,06% de negras. Essa disparidade também se repete
com os homens, são 94,5% de brancos contra 3,5% de negros.
Clique e tenha acesso a todo o Perfil Bancário 2013.
Fernanda Moraes (28.535)
Sindicato dos Bancários de Piracicaba e região