O diálogo que é essencial para a formação da sociedade foi mais uma vez nessa semana o instrumento utilizado pelo Sindicato dos Bancários de Piracicaba para conscientizar a população piracicabana e principalmente a categoria bancária dos perigos das mudanças propostas para o Banco do Brasil. O BB que é um banco público e que exerce uma função além de financeira, social corre riscos eminentes de sucateamento e desestruturações. Por isso os dirigentes fizeram uma conversa na manhã desta sexta-feira, 09 de agosto na agência centro da instituição.
Durante quase uma hora os dirigentes do SindBan conversaram com a população que passava pela Praça José Bonifácio sobre o quão é importante a preservação do Banco do Brasil. O BB que anunciou no dia 29 de julho mais um Plano de Adequação de Quadros (PAQ), com previsão de extinção de funções, redução de postos de trabalho, fechamento de agências e departamentos. O banco também prepara um novo plano de desligamento incentivado.
“;Ao longo dos últimos anos o Banco do Brasil vem sofrendo uma série de ataques que visam a sua desestruturação, já foram vários planos de desligamento voluntários, e readequação de funcionários que estão enxugando o quadro das agências e aumentando a espera, as filas e a insatisfação do cliente, e isso não é culpa do bancário. O bancário faz mais do que pode para realizar as intensas demandas, mas hoje a estrutura que o governo deixou e pretende piorar com o novo PROGRAMA ADEQUAçãO DE QUADROS só tem como intenção tirar o cliente da agência e desestruturar mais uma estatal. Se não começarmos a luta já, o BB será preparado brevemente para uma privatização “;, comenta o Presidente do Sindicato dos Bancários, José Antonio Fernandes Paiva.
Os protestos desta sexta fazem parte do calendário de luta em defesa dos bancos públicos, definido na 21ª Conferência Nacional dos Bancários. “;O Banco do Brasil vem priorizando a proliferação de agências digitais. Isso afetará sua função pública e social. A pol ítica de Estado para os bancos públicos deve priorizar a bancarização da população, principalmente a de mais baixa renda, ao invés de copiar o modelo adotado pelos bancos privados “;, criticou Paiva. “;Isso não quer dizer que o BB não possa ter agências digitais, mas o banco não pode abrir mão de agências f ísicas, ele precisa cumprir com a função social que compete a um banco público “;, completou.
Levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estat ística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base em dados do Banco Central, aponta que, atualmente, dos 5.590 munic ípios brasileiros, 3.365 (60,2%) contam com uma ou mais agência bancária. Do total de munic ípios, 950 (17%) são atendidos somente por bancos públicos. Os dados mostram, ainda que, com o fechamento de agências de bancos públicos, 57% das cidades brasileiras podem ficar sem agências bancárias e, neste caso, suas populações terão que se deslocar para outros munic ípios para ter acesso aos serviços por elas prestados.
“;A atual pol ítica de Estado é de exclusão. Com isso, o papel do banco público, que deveria contribuir para o desenvolvimento regional igualitário e garantir a oferta de serviços bancários para a população, vem se perdendo. Além disso nós vemos o quanto isso tem afetado os nossos colegas, os bancários do BB estão adoecendo por causa da pol ítica interna e das mudanças frequentes na instituição, quando entramos no BB fazemos um plano de vida, e de repente estamos diante de um desmonte do nosso banco e da nossa carreira “;, ressalta o vice-presidente do SindBan, e bancário do BB, Paschoal Verga Junior.